Produção de lipases por fermentação submersa suplementada com óleos vegetais e resíduo agroindustrial pelo fungo Beauveria bassiana

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

18/09/2009

RESUMO

O fungo entomopatogênico Beauveria bassiana produz lipases para degradar lipídeos que recobrem a cutícula protetora do exoesqueleto de insetos. Este trabalho avaliou a produção e investigou as características de ação e estabilidade de lipases extracelulares pelo fungo B. bassiana CG432 em cultivos submersos suplementados com óleos e resíduos gerados por refinarias de óleos vegetais. Lipases foram produzidas por fermentação em meio de Alves suplementado com óleos vegetais e resíduos oleosos (OR). Modelos fatoriais incompletos (24-1 e 23-1) com ponto central e metodologia de superfície de resposta (MSR) definiram as concentrações de Triton X-100, glucose, óleo de oliva e uréia para obter alta produção de lipases com baixa biomassa em meio de Vogel. Os cultivos foram inoculados com 106 conídios/mL e conduzidos a 28°C, 200rpm em diferentes dias, conforme o objetivo do experimento. Extratos de lípases (EL) obtidos pela centrifugação dos cultivos foram dialisados em pH 7 e analisados quanto aos teores de proteínas, açúcares redutores e lipídeos; e quanto à atividade de lipases por dois métodos: titulometria de ácidos graxos e detecção espectrofotométrico do p-nitrofenol liberados pela ação da enzima sobre os substratos trioleína e palmitato de p-nitrofenol a 50°C e pH 8,5, respectivamente. A biomassa foi quantificada por gravimetria. A produção de lipases aumentou 70% em cultivos de 7 dias em meio de Alves suplementados com resíduo de óleo de canola quando comparadas com cultivos de 5 dias suplementados com óleo de oliva. Condições indicadas pela MSR demonstraram que cultivos de 4 dias em meio de Vogel contendo 0,35% do surfactante Triton X-100; 0,75% óleo de oliva e 1,5% uréia aumentaram produção de lípases em 229% ao mesmo tempo em que reduziram produção de biomassa em 441%. Lipases produzidas em OR apresentaram temperaturas e pH ótimos entre 40 a 60°C e 7,5 e 8,5, respectivamente, enquanto que as lipases produzidas em óleo de oliva as condições ótimas foram a 45°C e pH 8,5. Lipases produzidas em óleo de oliva foram mais estáveis que as lipases produzidas em OR sob armazenamento às temperatura ambiente, de refrigeração e de congelamento, e quando incubadas sob suas respectivas condições ótimas de atividade.

ASSUNTO(S)

lipase - produção fungos - biotecnologia fungos entomopatogênicos lipase production fungi biotechnology

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