Produção de auto-anticorpos em pacientes portadores de Hepatite viral C crônica. / Production of the autoantibodies in patients with chronic hepatitis C virus infection

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

Introdução: Hepatite viral C (HVC) é um importante problema de Saúde Pública em diferentes países, incluindo o Brasil. A história natural da HVC apresenta uma alta cronicidade, e importante freqüência de cirrose e carcinoma hepatocelular. Outro importante aspecto desta infecção viral corresponde à resposta auto-imune, demonstrada pela produção de auto-anticorpos e alta freqüência de crioglobulinemia mista, a qual, contudo não tem sido estudada em pacientes brasileiros. Objetivo: A proposta do presente trabalho foi investigar a freqüência de auto-anticorpos em indivíduos brasileiros portadores de HVC crônica. Desenho experimental: Foram incluídos 60 pacientes, com diagnóstico clínico e laboratorial (sorologia de 3. Geração e diagnóstico molecular) de HVC crônica, 36 homens e 24 mulheres, com idade mediana de 47 anos. Como controles foram incluídos 40 doadores sadios de banco de sangue, de ambos os sexos. Além da avaliação bioquímica de rotina (ALT, creatinina, proteínas totais e frações), foi realizada a pesquisa de crioglobulinas por crioprecipitação em tubo e gel-difusão, e de auto-anticorpos. Desta forma, através de conjuntos INOVA Quanta LiteTM IgG ELISA (INOVA Diagnostic, Inc., USA) foram investigados ANA, anti-ENA (SSA, SSB, Sm e RNP), anti-DNA fita dupla (a-dsDNA), ACA IgA, IgG e IgM, anti-LKM-1 e a-CCP. Com conjuntos diagnósticos de imunofluorescência indireta NOVA LiteTM , desta mesma fonte, foram pesquisados SMA, ANCA-c e ANCA-p. A triagem sorológica para FR foi realizada através de conjuntos diagnósticos de aglutinação indireta de suspensão de partículas de látex sensibilizadas com IgG humana (Doles, Brasil), confirmada de forma quantitativa através de imunoturbidimetria (BioSystems S.A, Espanha). Anticorpos a-TPO e a-Tg foram investigados também por aglutinação indireta com micro-partículas de gelatina, com conjuntos diagnósticos SERODIA (Fujirebio, Inc., Japão). Resultados: Trinta e nove pacientes (65%) tinham crioglobulinemia. ANA foi detectado em 30% dos pacientes (15 homens e 6 mulheres) e em 15% dos controles. Somente ENA SSA foi reconhecido pelos pacientes soropositivos para ANA (10%), os quais foram soronegativos para a-dsDNA. Todos os controles sadios foram negativos para estes antígenos nucleares. ACA-IgG e IgM (>20UPL/mL) foram encontrados em 3 e 35% dos pacientes com HVC respectivamente, sem contudo ser observado ACA-IgA. FR-IgM (cutoff = 20 UI/mL) foi observado em 45% dos pacientes e 13.3% dos controles, enquanto a-CCP foi encontrado em apenas 2 soros de HVC. SMA (título ≥ 40) foi observado em 30% dos pacientes, apenas um apresentou a-LKM . A soropositividade para a-TPO e a-Tg correspondeu a 7% no grupo de HVC. Conclusões: Os resultados mostram que crioglobulinemia e produção de auto-anticorpos são importante aspectos imunológicos da resposta imune de pacientes brasileiros portadores de HVC. Contudo, tais achados não estão associados com sinais clínicos de doenças auto-imunes.

ASSUNTO(S)

brazil auto-imunidade crioglobulina hepatitis c hepatite c crônica cryoglobulins brasil imunologia autoimmunity

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