Processos de inclusão social: um estudo a partir das vivências de educadoras infantis de associações comunitárias rurais do Vale do Jequitinhonha-MG
AUTOR(ES)
Tania Aretuza Ambrizi Gebara
DATA DE PUBLICAÇÃO
2004
RESUMO
Com esta pesquisa pretendo identificar e compreender os processos de inclusão social construídos por mulheres que atuam como educadoras infantis em associações comunitárias ocalizadas em comunidades rurais da região do Vale do Jequitinhonha MG. Tenho como objetivos específicos compreender o universo cultural da mulher camponesa e seus espaços de socialização, analisar os processos de formação das educadoras, refletir sobre sua relação com a comunidade local para identificar os processos de inclusão social construídos por elas mesmas e contribuir para a construção de um olhar que supere a negatividade na análise da pobreza das camadas populares camponesas. O foco deste trabalho são educadoras infantis na faixa etária entre 26 e 42 anos, que atuam com crianças de 2 a 6 anos em instituições rurais de Educação Infantil mantidas por associações comunitárias. Optei por uma abordagem qualitativa, realizando uma pesquisa de tipo etnográfico, na qual os dados são analisados endo como eixo central as categorias inclusão/exclusão social, investigadas a partir das esferas do trabalho, da comunidade e da família. Os instrumentos utilizados foram observações, entrevistas e registros em formato de diário de campo, onde foram recolhidos dados descritivos na linguagem do próprio sujeito, permitindo-me desenvolver uma idéia sobre a maneira como as educadoras interpretam sua condição de trabalhadoras de instituições de Educação Infantil e sua inserção naquele meio social. A pesquisa me permitiu perceber que, embora exista um universo de conformismo, submissão e exclusão, as educadoras pesquisadas não estão coladas à imagem da inferioridade; elas elaboram processos, encontram caminhos, pessoas e resistem, saem do lugar de descredenciadas, à medida que estabelecem relações com seus pares, constroem relações de credibilidade e legitimidade, superam a imagem de inferiores que lhes é conferida. Esse processo se dá nas práticas comunitárias, por meio das quais as identidades das mulheres pesquisadas vão se constituindo ao se fazerem líderes e ao se fazerem educadoras infantis.
ASSUNTO(S)
ACESSO AO ARTIGO
http://hdl.handle.net/1843/HJPB-66DGQWDocumentos Relacionados
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