Processos criativos colaborativos no Espaço Coringa: da criação de um grupo à criação em grupo / Collaborative creative processes at Espaço Coringa: from the creation of a group to the creation in a group

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2011

RESUMO

O presente trabalho tem como objeto de pesquisa os processos criativos colaborativos desenvolvidos pelo grupo Espaço Coringa, coletivo de arte que atuou durante 11 anos, de 1998 a 2009, em São Paulo. A partir da leitura de documentos e obras do grupo, esta pesquisa tem como objetivo observar os mecanismos que levaram à sua formacão; compreender sua maneira de atuar, a partir de generalizações das suas formas organizativas; perceber de que formas ele se relacionou com os processos de valorização do capital e com o sistema da arte contemporânea; sistematizar o tipo de obras produzidas e quais as relações estabelecidas com as novas mídias, no contexto de uma produção colaborativa. Como problemática da pesquisa, buscar-se-ão formas de compreender os processos colaborativos de criação e a própria formação desse coletivo, como parte de um processo comunicacional, com coerência interna, intencionalidade e busca da realização de um projeto poético. Atentar-se-á para as relações entre os indivíduos e destes com os processos coletivos como um todo, identificando quais vetores condicionam essas relações. Percebeu-se durante a pesquisa que, sob determinados pontos de vista, as criações colaborativas do grupo apresentaram possibilidades de emancipação e conscientização dos indivíduos envolvidos, propondo experiências concretas de novas formas de sociabilidade. Algumas vezes, essas mesmas ações, observadas sob outras visões teóricas, apresentam-se como forma de cooptação do trabalho coletivo pelo sistema da arte contemporânea. Estabeleceram-se, ainda, algumas possibilidades de compreensão dos processos que produzem obras através da colaboração. A metodologia adotada consistiu em levantamentos bibliográficos, reflexões teóricas e epistemológicas sobre o objeto de estudo, pesquisa de campo a partir da observação e leitura de obras e documentos de processo do coletivo estudado. O quadro teórico inclui a crítica de processo, de Cecília Almeida Salles; o conceito de tribos, de Michel Maffesoli; Zygmunt Bauman e sua discussão sobre comunidade; Boaventura de Souza Santos e suas reflexões sobre emancipação social; os conceitos de comunicação, discurso e diálogo, de Vilém Flusser; a estética relacional, de Nicolas Bourriaud; o conceito de Zona Autônoma Temporária, de Hakim Bey; Anne Cauquelin e suas reflexões sobre o sistema de arte. Valeu-se, ainda, do conceito de tradução intersemiótica, de Julio Plaza; Edgar Morin e seu pensamento sobre interações e efervescência, e suas reflexões sobre cultura e complexidade, além das relações entre arte, ciência e cognição, levantadas por Jorge Vieira de Albuquerque

ASSUNTO(S)

comunicacao processos criativos criação coletiva grupo espaço coringa comunidade creative processes collective creation community

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