Processamento auditivo temporal de trabalhadores rurais expostos a agrotóxico

AUTOR(ES)
FONTE

Jornal da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

2012

RESUMO

OBJETIVO: Investigar as habilidades auditivas de ordenação e resolução temporal, em trabalhadores rurais expostos ocupacionalmente a agrotóxicos, e correlacionar estes resultados com o grau de exposição dos laboriosos a estas substâncias. MÉTODOS: Foi realizado um estudo seccional, por meio da avaliação de 33 indivíduos de ambos os gêneros, com idades entre 18 e 59 anos, expostos ocupacionalmente a agrotóxicos. Aplicou-se os seguintes procedimentos: questionário, meatoscopia, audiometria, imitanciometria e testes do Processamento Auditivo Temporal: Teste de Padrão de Duração e Gaps-in-Noise. Para análise dos resultados criou-se uma variável denominada índice de exposição, por meio de um somatório de variáveis presentes no questionário. Os resultados dos testes de Processamento Auditivo Temporal aplicados foram categorizados segundo os tercis de distribuição, de acordo com o resultado observado - sendo neste estudo denominado de Tercil 1, Tercil 2 e Tercil 3 - e então, comparado com o índice de exposição. RESULTADOS: Verificou-se diferença em todos os tercis, havendo relação dose-resposta: conforme foi aumentada a média de exposição, pior foi o desempenho no Teste de Padrão de Duração (p=0,001) e no Gaps-in-Noise (p=0,001), em todos os tercis. A maior correlação foi observada entre o Tercil 3 e o Tercil 1. CONCLUSÃO: Os trabalhadores expostos ao agrotóxico apresentaram desempenho inferior ao esperado para os padrões de normalidade nos testes de Processamento Auditivo Temporal. Houve associação entre o índice de exposição a agrotóxico e pior desempenho nos testes de Processamento Auditivo Temporal, sugerindo que o agrotóxico pode ser uma substância nociva às vias auditivas centrais.

ASSUNTO(S)

audição percepção auditiva praguicidas trabalhadores rurais saúde do trabalhador

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