Problemas de comportamento e resultados do tratamento com alarme para enurese primária / Behavior problems and outcomes of alarm treatment for primary enuresis

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Não há consenso entre os estudos quanto à associação entre a presença de problemas de comportamento e resultados piores no tratamento com alarme para enurese. O objetivo do presente estudo foi investigar a ocorrência de associações entre a presença de problemas de comportamento e os resultados do tratamento com alarme para enurese primária com acompanhamento semanal de um terapeuta. Os participantes foram 20 crianças com enurese primária, 13 do sexo masculino e 7, do sexo feminino, com idades entre seis e dez anos. Metade das crianças apresentava escores clínicos indicativos de problemas de comportamento segundo o Child Behavior Checklist. As oito crianças sem problemas de comportamento que concluíram o tratamento alcançaram o critério de sucesso inicial (14 noites secas consecutivas) e apenas duas desistiram. Das dez crianças com problemas de comportamento, somente metade atingiu o sucesso inicial, quatro desistiram e uma completou o período de tratamento e não obteve sucesso. Essas diferenças nos resultados finais não foram significativas em termos estatísticos. Também não foram encontradas diferenças significativas nas taxas de recaídas entre as crianças com e sem problemas de comportamento. Quatro das oito crianças sem problemas de comportamento que haviam alcançado o critério de sucesso inicial apresentaram recaídas e quatro conseguiram manter o controle noturno adquirido. Das cinco crianças com problemas de comportamento que alcançaram o sucesso inicial, três, apresentaram recaídas e duas, enquadraram-se no critério de sucesso continuado. A única diferença estatística encontrada entre os dois grupos de crianças foi no tempo de tratamento necessário para alcance do critério de sucesso inicial. Em 12 semanas de tratamento, a probabilidade de atingir o sucesso inicial foi de 86,11% para as crianças sem problemas de comportamento e de 10% para as crianças com problemas de comportamento; em 20 semanas, a probabilidade foi de 100% para as crianças sem problemas de comportamento e de 40% para as crianças com problemas de comportamento. Pode-se dizer, portanto, que, na amostra de crianças atendidas, os problemas de comportamento parecem ter ocasionado dificuldades para que progressos fossem alcançados no tratamento da enurese com alarme. Na maioria dos casos, entretanto, essas dificuldades não foram suficientes para que as crianças com problemas de comportamento apresentassem ao final do tratamento resultados significativamente diferentes das crianças sem problemas de comportamento. Esses resultados sugerem que as crianças com problemas de comportamento podem beneficiar-se do tratamento com alarme para enurese tanto quanto as crianças sem problemas de comportamento. Considerando o tempo necessário para o alcance do sucesso inicial, os resultados indicam que, provavelmente, as crianças com problemas de comportamento precisam mais de acompanhamento intensivo durante o tratamento com alarme para enurese do que as crianças sem problemas de comportamento.

ASSUNTO(S)

behavior disorders enurese tratamento com alarme distúrbios do comportamento enuresis alarm therapy

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