Primatologia no sul do Brasil: uma abordagem transdisciplinar para a conservação do bugio-ruivo Alouatta guariba clamitans (Primates, Atelidae) na região de Porto Alegre, Brasil
AUTOR(ES)
Jerusalinsky, Leandro, Teixeira, Fernanda Zimmermann, Lokschin, Luisa Xavier, Alonso, André, Jardim, Márcia Maria de Assis, Cabral, Juliane Nunes Hallal, Printes, Rodrigo Cambará, Buss, Gerson
FONTE
Iheringia. Série Zoologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
2010-12
RESUMO
Intervenções humanas nos ambientes naturais são a principal causa da perda de biodiversidade global. Essa situação não é diferente no sul do Brasil, onde vivem cinco espécies nativas de primatas. Embora existam algumas pesquisas anteriores, estudos sobre primatas nessa região começaram a ser desenvolvidos consistentemente no início da década de 1980 e continuaram sendo produzidos desde então. Além de importante iniciativas para pesquisar e conservar as espécies altamente ameaçadas Leontopithecus caissara Lorrini & Persson, 1990 e Brachyteles arachnoides E. Geoffroy, 1806, outras espécies, incluindo algumas localmente ameaçadas, têm sido foco de pesquisas, manejo, e iniciativas de conservação. Desde 1993, o Programa Macacos Urbanos (PMU) tem pesquisado a distribuição e avaliado as ameaças às populações de Alouatta guariba clamitans (Cabrera, 1940) em Porto Alegre e arredores. O PMU tem desenvolvido estratégias de conservação em quatro frentes de trabalho: (1) pesquisa científica em biologia e ecologia, gerando conhecimento básico para apoiar as outras iniciativas do grupo; (2) educação para conservação, que enfatiza ações educativas e projetos de longo-prazo em escolas localizadas próximas às populações do bugio-ruivo, baseados na abordagem de espécie-bandeira; (3) manejo, analisando conflitos que envolvam bugios e comunidades humanas, focando na mitigação desses problemas e na apropriada destinação dos animais machucados ou em risco; e (4) a frente de trabalho de Políticas Públicas, que visa reduzir e/ou prevenir os impactos da expansão urbana, contribuindo para criar áreas protegidas e fortalecer a legislação ambiental. Estas diferentes abordagens têm contribuído para a conservação das populações do bugio-ruivo em curto prazo, indicando que trabalhos desenvolvidos coletivamente e a atuação em frentes de trabalho interrelacionadas e diversificadas pode ser essencial para atingir as metas de conservação. Os resultados sinergéticos dessas abordagens e sua relação com a primatologia na região sul do Brasil são apresentados neste trabalho.
ASSUNTO(S)
biologia da conservação educação ambiental bugio-ruivo políticas públicas programa macacos urbanos
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