Prevenção de adoecimento mental relacionado ao trabalho: a práxis de profissionais do Sistema Único de Saúde comprometidos com a saúde do trabalhador

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. bras. saúde ocup.

DATA DE PUBLICAÇÃO

01/07/2019

RESUMO

Resumo Introdução: apesar das inúmeras evidências de que as condições de trabalho na atualidade geram adoecimento mental nos trabalhadores, as políticas públicas que abordam essa temática ainda são frágeis no Brasil. Objetivos: identificar e analisar a práxis de profissionais da área da saúde pública que compreendem a complexidade presente no processo de saúde-adoecimento mental, considerando os aspectos relacionados às situações de trabalho. Métodos: pesquisa qualitativa, com uso de entrevistas abertas realizadas com nove profissionais que atuavam na Atenção Básica, em Centro de Atenção Psicossocial (Caps) e em Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) do estado de São Paulo. Resultados: as práticas dos profissionais vão do atendimento aos trabalhadores já adoecidos a propostas de promoção de saúde psíquica nos ambientes de trabalho. Os profissionais revelaram compreensão da relação entre saúde mental e trabalho e demonstraram comprometimento ético e político com a temática e propostas do campo da Saúde do Trabalhador. Conclusão: para que ações como as identificadas aconteçam com maior frequência, é necessário que se invista na formação crítica dos profissionais da saúde, no protagonismo da classe trabalhadora e que se consolidem e disseminem políticas públicas que visem às ações de prevenção do adoecimento mental relacionado ao trabalho.Abstract Introduction: despite the innumerable evidences that the current working conditions generate mental illness in workers, public policies that approach this subject are still fragile in Brazil. Objectives: to identify and analyze the praxis of public health professionals who understand the complexity of the work-related mental health-illness process. Methods: a qualitative study was carried out using the open interview technique with nine health professionals from Psychosocial Care Centers (Caps) and Occupational Health Reference Centers (Cerest) of the São Paulo State primary care network. Results: the professionals’ practices involve caring to workers who were already ill and proposals for psychic health promotion in the work environment. Their praxis revealed understanding of the relationship between mental health and work, and demonstrated their ethical and political commitment to the theme and to the Occupational Health field proposals. Conclusion: for the identified actions to be taken more frequently it is necessary to invest in health professionals’ argumentative trainings, to recognize the working class central role, and to consolidate and disseminate public policies aimed at preventing work-related mental illness.

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