Prevalência, mortalidade e fatores de risco associados ao prematuro de muito baixo peso ao nascer: uma análise de 33 anos,
AUTOR(ES)
Victora, Julia Damiani; Silveira, Mariangela Freitas; Tonial, Cristian Tedesco; Victora, Cesar Gomes; Barros, Fernando Celso; Horta, Bernardo Lessa; Santos, Iná Silva dos; Bassani, Diego Garcia; Garcia, Pedro Celiny R.; Scheeren, Marola; Fiori, Humberto H.
FONTE
J. Pediatr. (Rio J.)
DATA DE PUBLICAÇÃO
2020-06
RESUMO
Resumo Objetivo: Verificar a prevalência, mortalidade e fatores de risco associados aos nascimentos de prematuros de muito baixo peso ao nascer (MBPN) ao longo de 33 anos. Métodos: Série de quatro estudos transversais com o uso de dados das entrevistas perinatais das coortes de nascimento da cidade de Pelotas coletados em 1982, 1993, 2004 e 2015. A partir de questionários perinatais, medidas antropométricas dos recém-nascidos e certidões de óbito, foram analisadas a prevalência, a mortalidade neonatal e os fatores de risco (idade materna, renda e tipo de parto) para prematuros de muito baixo peso ao nascer. Resultados: Foram incluídos no estudo 19.625 recém-nascidos. Em 1982, 1993, 2004 e 2015 ocorreram, respectivamente, 5.909, 5.232, 4.226 e 4.258 nascimentos. A prevalência de prematuros de muito baixo peso ao nascer naqueles anos foi, respectivamente, de 1,1% (n = 64), 0,9% (n = 46), 1,4% (n = 61) e 1,3% (n = 54). A tendência de aumento durante o período não alcançou significância estatística (p = 0,11). Entre os fatores de risco, a renda familiar nos três quintis mais pobres esteve associada a prevalências cerca de duas vezes mais altas do que no quintil mais rico (p = 0,003). A mortalidade por 1.000 nascidos vivos para os neonatos com peso < 1500 g caiu de 688 para 259 por mil ao longo dos anos (p < 0,001), mas ainda representa 61% dos óbitos neonatais em 2015. Conclusão: Embora a mortalidade nos prematuros de muito baixo peso ao nascer tenha diminuído em mais de 60% nos últimos anos, esse grupo ainda contribui com mais da metade dos óbitos neonatais. A baixa renda familiar continua a ser fator de risco importante nesse cenário.
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