Prevalência, fatores de risco e prognóstico associados à hemorragia pulmonar em recém-nascidos

AUTOR(ES)
FONTE

J. Pediatr. (Rio J.)

DATA DE PUBLICAÇÃO

2014-06

RESUMO

OBJETIVOS: determinar a prevalência de hemorragia pulmonar entre os recém-nascidos internados no serviço e avaliar os fatores de risco e prognóstico associados.MÉTODOS: estudo retrospectivo caso-controle com 67 recém-nascidos que preencheram os critérios pré-estabelecidos de hemorragia pulmonar. Para cada caso, foi selecionado um controle: a próxima criança nascida do mesmo sexo, com semelhantes peso (± 200 g), idade gestacional (± 1 semana) e sem hemorragia pulmonar ou malformações. Foram estudados fatores prévios à ocorrência da hemorragia pulmonar e aspectos decorrentes do evento.RESULTADOS: a prevalência foi de 6,7 a cada 1.000 nascidos vivos, sendo de 8% entre os recém-nascidos menores que 1.500 g e de 11% entre os recém-nascidos menores que 1.000 g. A necessidade de intubação (IOT) em sala de parto (OR = 7,16), uso de hemoderivados previamente à ocorrência de hemorragia pulmonar (OR = 5,91), uso de surfactante (OR = 3,7) e SNAPPEII > 30 (OR = 2,97) foram associados à hemorragia pulmonar. No modelo de regressão logística multivariado, a necessidade de IOT (OR = 5,12) e uso de hemoderivados (OR = 4,2) mantiveram essa associação. As crianças com hemorragia pulmonar apresentaram maior mortalidade (OR = 7,24), entre as sobreviventes, maior tempo de internação (p < 0,01), mais uso de oxigênio com 36 semanas (OR = 7,67) e maior duração da ventilação mecânica (OR = 35,6).CONCLUSÃO: a hemorragia pulmonar é uma doença de maior prevalência em recém-nascidos pré-termos, e está associada à intubação em sala de parto e ao uso prévio de hemoderivados, acarretando maior mortalidade e pior evolução clínica das crianças.

ASSUNTO(S)

hemorragia pulmonar recém-nascido prematuridade hemoderivados mortalidade

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