Prevalência e correlatos do transtorno de ansiedade generalizada em idosos atendidos em atenção primária

AUTOR(ES)
FONTE

J. bras. psiquiatr.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2020-06

RESUMO

RESUMO Objetivo Examinar a prevalência do transtorno de ansiedade generalizada (TAG) em idosos e suas associações com fatores sociodemográficos e de saúde. Métodos Estudo transversal, composto por uma amostra de base populacional de 578 indivíduos com 60 anos ou mais, participantes do programa Estratégia Saúde da Família (ESF) de Porto Alegre, RS, Brasil. Agentes de saúde treinados realizaram coleta de dados dos indivíduos durante as visitas domiciliares. A avaliação diagnóstica psiquiátrica foi realizada por psiquiatras, no Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), por meio da aplicação do Mini International Neuropsychiatric Interview plus (MINIplus). Resultados O TAG foi encontrado em 9% (n = 52; IC 95% = 6,9-11,6) da amostra. Os principais resultados da análise multivariada evidenciaram associações entre TAG e aposentadoria (RP: 0,43; IC: 0,25-0,76), história de quedas (RP: 2,52; IC: 1,42-4,49), coabitação com quatro ou mais pessoas (RP: 1,80; IC: 1,04-3,13), ter mais de uma hospitalização no último ano (RP: 2,53, IC: 1,17-5,48) e autopercepção de saúde avaliada como regular (RP: 2,75, IC: 1,02-7,47). Idosos aposentados apresentaram risco 2,32 menor de TAG, embora fatores confundidores possam ter superestimado esse achado e subestimado a associação com gênero feminino (RP: 1,61; IC: 0,83-3,10). Conclusões Estimou-se uma alta prevalência de TAG nessa população de idosos. Foram encontradas associações de TAG com autopercepção de saúde regular, coabitação com quatro ou mais pessoas, mais de uma hospitalização no último ano e história de quedas. Esses dados oriundos da Estratégia Saúde da Família são importantes para o desenvolvimento de estratégias adicionais que possam melhorar a prática de assistência à saúde na população idosa.

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