Prevalência e características das mulheres com aborto provocado. Favela México 70, São Vicente-SP. / Prevalence and features of women with induced abortion. Mexico 70 Community, São Paulo-SP.

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

25/08/2010

RESUMO

A Região Metropolitana da Baixada Santista, apesar de ser uma das mais desenvolvidas e urbanizadas do Estado de São Paulo está entre as seis regiões com os mais baixos indicadores de escolaridade e longevidade, possuindo uma significativa desigualdade social expressa na segregação espacial da população empobrecida. Tal situação interfere no perfil reprodutivo da comunidade. O objetivo desta pesquisa foi estimar a prevalência de mulheres com aborto(s) provocado(s), residentes na Favela México 70, segundo características sócio-demográficas. O estudo é transversal retrospectivo, resultante de uma amostra aleatória de mulheres de 15 a 49 anos. Os dados foram coletados mediante a aplicação de questionários. Foi considerado como variável dependente a classificação da mulher quanto ao aborto: sem aborto e aborto provocado e variáveis independentes: idade, atividade remunerada, renda, escolaridade, estado civil, uso de contraceptivos e opinião sobre o aborto provocado. Para as análises foram utilizados modelos de Regressão Log-binomial. Dentre o total de mulheres entrevistadas (n=860), 79,53% (n=684) são de mulheres sem histórico de aborto provocado; para o total de mulheres a razão de prevalência de ter realizado aborto provocado sobre as sem aborto é 6,20 vezes maior (p≤0,0001) entre as mulheres que aceitam sempre o aborto; 2,92 vezes maior (p=0,0046) entre as que possuem de dois ou mais filhos nascidos vivos; 1,69 vezes maior (p=0,0461) entre as que recebem renda ≤ 1SM (R$484,97); 1,04 vezes maior (p=0,0375) a cada ano a mais de vida da mulher. Dentre as 860 mulheres, 85,00% (n=735) declararam ter tido alguma gravidez, entre as quais a prevalência de mulheres com aborto provocado foi de 6,90% (n=51). A razão de prevalência de ter realizado aborto provocado é 12,22 vezes maior (p=0,0002) entre as que não possuem nenhum filho nascido vivo; 5,73 vezes maior (p≤0,0001) entre as que aceitam essa prática; 5,18 vezes maior (p=0,0162) entre as que possuem 6 ou mais filhos nascidos vivos; 4,52 vezes maior (p=0,0108) entre as que possuem de dois a cinco filhos nascidos vivos; 1,76 vezes maior (p=0,0345) entre as que recebem renda ≤ 1SM (R$484,97); 1,04 vezes maior (p=0,0216) a cada ano a mais de vida da mulher. Por fim, encontrou-se o perfil das mulheres que mais abortam, sendo as mesmas: jovens, solteiras, com filhos, baixa escolaridade e não trabalham fora.

ASSUNTO(S)

aborto provocado aborto inseguro epidemiologia regressão log-binomial saúde reprodutiva saude coletiva induced abortion unsafe abortion epidemiology log-binomial regression reproductive health

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