Prevalência de transtornos mentais comuns e fatores associados em moradores da área urbana de São Paulo, Brasil

AUTOR(ES)
FONTE

Cad. Saúde Pública

DATA DE PUBLICAÇÃO

31/10/2019

RESUMO

Resumo: Estudos realizados nos países em desenvolvimento descrevem um aumento progressivo dos transtornos mentais, com grandes repercussões sociais e econômicas. O presente estudo se propõe a analisar a prevalência dos transtornos mentais comuns (TMC) e seus fatores associados nos moradores da área urbana da cidade de São Paulo, Brasil. A partir dos dados levantados pelo Inquérito de Saúde do Município de São Paulo (ISA-Capital) de 2015, foi identificada a presença de TMC com a utilização do Self-Reporting Questionnaire (SRQ-20). A associação de TMC com as variáveis sociodemográficas e de condições de saúde foi analisada pela frequência relativa, corrigida pelos respectivos pesos decorrentes de uma amostragem de conglomerados, estimando-se a prevalência e intervalos de 95% de confiança (IC95%) em cada situação e avaliando-se a significância da associação pelo qui-quadrado corrigido pela distribuição F. A prevalência de TMC encontrada foi de 19,7% (IC95%: 18,2-21,4), sendo maior nas seguintes categorias: mulheres (24,3%); pessoas com 60 anos ou mais (25,3%); praticantes da umbanda/candomblé (37,8%); viúvos (30,4%); quem nunca frequentou a escola (31,4%); inativos/desempregados (28,3%); e quem possuía renda familiar de até um salário mínimo (28,8%). Em relação às variáveis de condição de saúde, a prevalência de TMC foi maior nos indivíduos que referiram: morbidade nos últimos 15 dias (36,9%); deficiência física (21,6%); deficiência mental ou intelectual (44,4%); problema emocional ou mental (48,9%); cefaleia (33,63%); e nos portadores de uma ou mais doenças crônicas (24,1%). As informações desta pesquisa reafirmam a relevância da prevalência de TMC assim como sua associação com os grupos sociais mais vulneráveis, o que reforça a necessidade da implementação de medidas públicas de saúde mental.Abstract: Studies in developing countries report a steady increase in mental disorders, with major social and economic repercussions. The current study proposes to analyze the prevalence of common mental disorders (CMDs) and associated factors in urban residents of São Paulo, Brazil. Based on data collected in the Health Survey in São Paulo City (ISA-Capital) in 2015, the study identified the presence of CMDs using the Self-Reporting Questionnaire (SRQ-20). The association of CMDs with sociodemographic variables and health conditions was analyzed as relative frequency, corrected by the respective weights resulting from cluster sampling, estimating the prevalence and 95% confidence intervals (95%CI) and assessing the association’s significance by the chi-square test, corrected by the F distribution. Prevalence of CMDs was 19.7% (95%CI: 18.2-21.4), higher in women (24.3%); persons 60 years or older (25.3%); followers of the African-Brazilian umbanda or candomblé religions (37.8%); widows/widowers (30.4%); individuals that had never attended school (31.4%); unemployed (28.3%); those with family income up to one minimum wage (28.8%); individuals that reported illness in the previous 15 days (36.9%); those with physical disabilities (21.6%); mental or intellectual disabilities (44.4%); emotional or mental problems (48.9%); headache (33.63%); and individuals with one or more chronic diseases (24.1%). The information in this study reaffirms the relevance of the prevalence of CMDs and their association with the most vulnerable social groups, corroborating the need to implement public measures in mental health.

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