Prevalência de síndrome metabólica e fatores associados em pacientes transplantados renais
AUTOR(ES)
Teixeira, Ana Paula Simões Ferreira, Fernandes, Natália Maria da Silva, Mata, Gustavo Ferreira da, Chaoubah, Alfredo, Paula, Rogério Baumgratz de, Bastos, Marcus Gomes
FONTE
Jornal Brasileiro de Nefrologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
2012-03
RESUMO
INTRODUÇÃO: A população de pacientes submetidos ao transplante renal é considerada de alto risco para desenvolver obesidade e alterações no metabolismo lipídico e da glicose, devido ao uso de drogas imunossupressoras e da liberdade na alimentação no período pós-transplante. OBJETIVO: Este estudo foi desenhado para avaliar a prevalência da síndrome metabólica em receptores de transplante renal e para identificar os fatores associados com sua ocorrência. MÉTODOS: Realizou-se um estudo transversal em pacientes transplantados renais com mais de seis meses de acompanhamento. A síndrome metabólica foi diagnosticada de acordo com os critérios do National Cholesterol Education Program Adult Treatment Panel III. RESULTADOS: Entre os 87 pacientes inscritos, 39 (44,8%) apresentavam o fenótipo da síndrome metabólica. A idade média dos pacientes foi de 43,5 ± 12,1 anos, com predomínio do sexo masculino (69,0%) e brancos (66,7%). Os tempos médios e a mediana pós-transplante foram 64,2 ± 49,4 e 56 meses, respectivamente. Todos os 12 pacientes que desenvolveram diabetes mellitus pós-transplante também satisfizeram os critérios para a síndrome metabólica, o que comprometeu a inclusão desta variável na regressão logística. Na análise univariada, pacientes com síndrome metabólica apresentaram maior média de idade (p = 0,008), maior média no nível sérico de ciclosporina (p = 0,021), maior prevalência de história de doença coronariana (p = 0,023), e usaram com maior frequência beta-bloqueadores (p = 0,011) e bloqueadores do canal de cálcio (p = 0,039). Na análise multivariada, a idade (HR = 1,06; IC 95% 1,01 - 1,11, p = 0,006) e o uso de beta-bloqueadores (HR = 4,02; IC 95% = 1,41 - 11,4, p = 0,009) foram associados com risco aumentado de síndrome metabólica. CONCLUSÃO: A síndrome metabólica foi altamente prevalente na po- pulação de transplantados renais estudados, e foi asso- ciada com maior idade, uso de beta-bloqueadores e o diabetes mellitus pós-transplante.
ASSUNTO(S)
transplante de rim dislipidemias diabetes mellitus tipo 2
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