Prevalência de resistência antimicrobiana e características de virulência em Salmonella spp. isoladas de alimentos associados ou não com salmonelose no Brasil

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. Inst. Med. trop. S. Paulo

DATA DE PUBLICAÇÃO

2014-12

RESUMO

Salmonella é o agente etiológico mais comumente envolvido em casos e surtos de doenças diarréicas de origem alimentar. A preocupação com este patógeno é, ainda, maior quando se verifica o surgimento e a disseminação de cepas multirresistentes e potencialmente mais patogênicas. Neste estudo, 237 cepas Salmonella spp., associadas ou não com casos ou surtos de salmonelose e pertencentes, principalmente, ao sorovar Enteritidis, foram avaliadas quanto ao perfil de susceptibilidade antimicrobiana e presença dos genes de virulência spvC, invA, sefA e pefA. Entre as cepas avaliadas, 46,8% foram sensíveis a todos os agentes antimicrobianos e 51,9% foram resistentes a pelo menos uma droga. Multirresistência foi observada em 10,5% das cepas. As maiores taxas de resistência foram observadas para estreptomicina (35,9%) e ácido nalidíxico (16,9%). Não foram detectadas cepas resistentes à cefoxitina, cefalotina, cefotaxima, amicacina, ciprofloxaxina e imipenem. O gene invA foi detectado em todas as cepas de Salmonella. Os genes spvC e pefA foram encontrados em 48,1% e 44,3% das cepas, respectivamente. O gene sefA foi detectado em 31,6% das cepas, estando presente somente entre as cepas de S. Enteritidis. Resistência antimicrobiana e marcadores de virulência foram detectados em cepas de Salmonella pertencentes a diversos sorovares. A alta taxa de resistência antimicrobiana verificada em cepas isoladas de frangos e derivados demonstra o potencial risco associado ao consumo destes produtos e a necessidade de se assegurar boas práticas de higiene em toda cadeia produtiva para reduzir a disseminação de patógenos relevantes para a saúde pública.

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