Prevalência de exposição a ruído ocupacional em trabalhadores brasileiros: resultados da Pesquisa Nacional de Saúde, 2013
AUTOR(ES)
Assunção, Ada Ávila
FONTE
Cad. Saúde Pública
DATA DE PUBLICAÇÃO
07/10/2019
RESUMO
O objetivo foi descrever a prevalência de exposição ocupacional a ruído e analisar os fatores associados a essa condição na população brasileira. Neste estudo transversal, de base populacional, utilizaram-se dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2013. A amostra foi composta de 36.442 brasileiros com 18 anos ou mais de idade. A variável desfecho foi a exposição autorreferida a ruído durante o trabalho. Para avaliar os possíveis fatores associados à exposição a ruído, foi utilizado o teste qui-quadrado de Pearson, assim como o modelo de Poisson, com variâncias robustas, tanto uni quanto multivariado. Os resultados obtidos identificaram prevalência de exposição ao ruído de 32,1%, variando de 40,9% (Santa Catarina) a 21,9% (Piauí). Houve menor prevalência entre as mulheres (RP = 0,57; IC95%: 0,55-0,59) e no grupo com 55 anos ou mais (RP = 0,70; IC95%: 0,65-0,76). Detectou-se maior prevalência na faixa de 25 a 54 anos (RP = 1,00; IC95%: 0,95-1,06), nível médio de instrução (RP = 1,36; IC95%: 1,29-1,44), relato de cansaço (RP = 1,35; IC95%: 1,30-1,40), dificuldade auditiva (RP = 1,27; IC95%: 1,19-1,35), história de acidente de trabalho (RP = 1,37; IC95%: 1,25-1,50). A prevalência de autorrelato de exposição a ruído ocupacional foi superior àquela observada em três países da América Latina. Maior prevalência entre homens, trabalhadores jovens e menos escolarizados era esperada. As associações com problemas auditivos e não auditivos sugerem medidas sistêmicas. Ajustes das perguntas da PNS são desejáveis para favorecer comparabilidade e monitoramento.The objectives were to describe the prevalence of occupational exposure to noise and to analyze associated factors in the Brazilian population. This cross-sectional population-based study used data from the Brazilian National Health Survey (PNS, 2013). The sample consisted of 36,442 Brazilians 18 years or older. The outcome variable was self-reported exposure to noise during work. To assess possible factors associated with exposure to noise, we used Pearson’s chi-square test and the univariate and multivariate Poisson model with robust variance. The results showed 32.1% prevalence of exposure to noise, varying from 40.9% (Santa Catarina, Brazil) to 21.9% (Piauí, Brazil). Prevalence was lower in women (PR = 0.57; 95%CI: 0.55-0.59) and in individuals 55 years or older (PR = 0.70; 95%CI: 0.65-0.76). Higher prevalence was associated with the 25-54-year age bracket (PR = 1.00; 95%CI: 0.95-1.06), middle schooling level (PR = 1.36; 95%CI: 1.29-1.44), self-reported fatigue (PR = 1.35; 95%CI: 1.30-1.40), hearing impairment (PR = 1.27; 95%CI: 1.19-1.35), and history of work-related accident (PR = 1.37; 95%CI: 1.25-1.50). Prevalence of self-reported exposure to occupational noise was higher than in three other Latin American countries. Higher prevalence among men, younger workers, and those with less schooling was expected. The associations with auditory and non-auditory problems suggest the need for systemic interventions. Adjustments to the questions in the PNS are desirable to favor comparability and monitoring.
Documentos Relacionados
- Prevalência de queda grave e fatores associados em idosos brasileiros: resultados da Pesquisa Nacional de Saúde, 2013
- Prevalência de diagnóstico médico de asma em adultos brasileiros: Pesquisa Nacional de Saúde, 2013
- Prevalência do autorrelato de depressão no Brasil: resultados da Pesquisa Nacional de Saúde, 2013
- Fatores associados à busca por serviços preventivos de saúde entre adultos brasileiros: Pesquisa Nacional de Saúde, 2013
- Estilos de vida da população brasileira: resultados da Pesquisa Nacional de Saúde, 2013