Prevalência de enteroparasitoses em crianças de 0 a 12 anos e condições sanitárias na Terra Indígena Xakriabá, São João das Missões, Minas Gerais, 2007

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

29/04/2011

RESUMO

O povo Xakriabá é a maior população indígena aldeada do estado de Minas Gerais, com aproximadamente oito mil indivíduos. Essa população é jovem, e 45% dos indivíduos possuem até 14 anos de idade. A Terra Indígena Xakriabá localiza-se no município de São João das Missões, norte do estado, a 720 km de Belo Horizonte. O presente trabalho visou determinar a prevalência das enteroparasitoses na população infantil de 0 a 12 anos da Terra Indígena Xakriabá, e descrever as condições de saneamento básico local. O desenho do estudo foi do tipo transversal, tendo sido investigado todo o universo das crianças de 0 a 12 anos. O projeto obteve aprovação pelo CONEP no dia 22/08/2006, sob parecer n ETICA 426/2006. Três amostras de fezes foram obtidas em dias alternados, e processadas pelo método de centrifugação e sedimentação (TF-Test). Os recipientes devidamente lacrados e rotulados foram encaminhados ao laboratório de campo para exame microscópico das amostras. As condições de saneamento dos domicílios foram caracterizadas mediante dados primários obtidos a partir de questionários aplicados por entrevistadores indígenas treinados. Os dados populacionais foram obtidos a partir de censo populacional. As coordenadas geográficas dos domicílios foram capturadas pelo GPS e processadas através do programa Map Info. A Terra Indígena Xakriabá apresentou uma baixa prevalência de helmintos (ancilostomídeos 3,7%; Hymenolepis nana 2,2%; Schistosoma mansoni 1,2%; Enterobius vermicularis 1% e Ascaris lumbricóides 0,4%; Strongyloides stercoralis 0,4%). A alta prevalência de protozoários sugere contaminação de recursos hídricos por material fecal humano. A prevalência de Entamoeba histolytica/dispar foi igual a 16,9% e de Giardia duodenalis igual a 18,4%. Com relação às condições sanitárias, apenas 32,74% das residências possuía banheiro, sendo estes feitos pelo morador ou pela FUNASA. O acondicionamento de água de beber se dava principalmente em filtro de vela, pote de barro ou caixas de telha e latão, e a maioria dos moradores (51,30 %) relatou não lavar as mãos antes de pegar a água da vasilha para beber. Além da carência de saneamento básico, os hábitos de higiene quando na presença de saneamento provavelmente são fatores que propiciam a manutenção das infecções.

ASSUNTO(S)

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