Prevalência de diabete mellitus na população de idosos de Porto Alegre e suas características sociodemográficas e de saúde

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

As transformações demográficas associadas aos recursos tecnológicos resultam na sobrevivência de pessoas com diabetes em idades avançadas. No entanto, o aumento da incidência de diabetes em todo o mundo, traz conseqüências aos sistemas públicos de saúde, bem como toda a população. O presente trabalho tem como objetivo principal estudar a prevalência de diabetes mellitus (DM) nos idosos de Porto Alegre, bem como as características e condições de saúde desta população. Foi desenvolvido a partir de um estudo transversal, realizado em uma amostra de base populacional com idosos de 60 anos ou mais, desenvolvido com base nos dados oriundos do Estudo Multidimensional dos Idosos de Porto Alegre (EMIPOA), realizado pelo Instituto de Geriatria e Gerontologia (IGG) da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). A metodologia de amostragem foi estratificada proporcional e aleatória, contemplando as residências de cada setor censitário, conforme estipulados pelo IBGE para Porto Alegre em 2000, e com estimativas de variação populacional para 2005. O estudo foi realizado no período de dezembro de 2005 a setembro de 2006 e abrangeu duas fases. Na primeira fase foram avaliados 1078 idosos, através de um inquérito domiciliar. Todos os entrevistados foram convidados a participar da segunda fase do estudo, no qual compareceram 424 idosos. Nesta etapa foi realizada uma avaliação multidisciplinar por profissionais das faculdades de medicina, fisioterapia, farmácia, enfermagem, psicologia, educação física e nutrição. Foram utilizados os instrumentos da Escala de Capacidade do Diabético para o Autocuidado (ECDAC), subescala III, da Escala de Índice de Barthel (IB) e de Qualidade de Vida (WHOQOL-Bref), perfil farmacoterápico e exame físico, para avaliação dos idosos. Para a mensuração da glicemia, os idosos foram submetidos a coleta de glicose plasmática e, foram classificados como DM conforme os critérios da Sociedade Brasileira de Diabetes. Os resultados foram analisados pelo programa estatístico SPSS 11,5. Os idosos assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os resultados mostraram que, 71,8% são mulheres, com idade média de 71,7+- 7,8 anos, 39,2% são viúvos e 36,5% são casados, 83,1% brancos e 66,8% não tinham o primeiro grau completo. A prevalência de diabetes na população de idosos de 25,7% (IC=21,8-30,1) e, quando ajustada pela faixa etária e sexo para o município, foi de 25,4%. Destes, 20,4% desconheciam a doença e, dos que sabiam, 46,2% não faziam nenhum tipo de tratamento. As condições sócio-econômicas, a qualidade de vida e as características de saúde do idoso, estão associadas com a prevalência de diabetes. A ausência de diagnósticos prévios prejudica os idosos diabéticos, elevando as taxas de mortalidade, comorbidades e incapacidade funcional. A relevância em buscar essas informações, serve para compreender e subsidiar todo o processo da doença e delinear programas públicos de saúde que visem diminuir o ônus da prevalência do diabetes. Os resultados apresentados apontam para novas possibilidades, ao mesmo tempo em que fornecem elementos de reflexão sobre a população idosa de Porto Alegre

ASSUNTO(S)

idosos saÚde do idoso gerontologia biomÉdica gerontologia diabetes mellitus geriatria envelhecimento medicina

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