Prevalência de adoção intra e extrafamiliar em amostras clínica e não-clínica de crianças e adolescentes

AUTOR(ES)
FONTE

Revista Brasileira de Psiquiatria

DATA DE PUBLICAÇÃO

2001-09

RESUMO

INTRODUÇÃO/OBJETIVOS: Estudos realizados em diferentes países demonstram que a proporção de crianças e adolescentes adotivos atendidos em clínicas psiquiátricas é maior em relação à verificada nas demais clínicas e na população em geral. O objetivo deste estudo é verificar a prevalência de adoção em amostra clínica e não-clínica, identificando possíveis associações entre tipos de adoção (extrafamiliar e intrafamiliar) e procura de serviço psiquiátrico. MÉTODOS: Estudo de corte transversal, envolvendo crianças de seis a 14 anos: amostra clínica (G1) de um serviço de psiquiatria da infância e da adolescência de uma região da cidade de São Paulo (n=551) e amostra não-clínica (G2) de uma escola localizada na mesma região (n=365). RESULTADOS: A proporção de meninos foi significantemente maior no G1 que no G2 (p<0,001). Observou-se maior prevalência de adoção no G1 (7,4%) que no G2 (4,1%; p=0,048). Entre as crianças adotivas, predominaram a adoção extrafamiliar, na amostra clínica (73,2%), e a intrafamiliar, na amostra não-clínica (60,0%; p=0,030). Entre os meninos adotivos (n=32), também predominaram a adoção extrafamiliar no G1 (80,8%) e a intrafamiliar no G2 (66,7%; p=0,038). Entre as meninas adotivas (n=24), não foram constatadas diferenças entre os grupos G1 e G2 quanto à proporção de adoção extrafamiliar e intrafamiliar (p=0,675). CONCLUSÕES: Os dados sugerem que: (1) crianças adotivas são freqüentemente levadas a serviços de saúde mental; (2) a adoção intrafamiliar é a mais comum na população geral, porém são as crianças adotivas extrafamiliares que mais procuram as clínicas psiquiátricas; e (3) meninos em geral e meninos adotivos extrafamiliares são mais freqüentemente levados a serviços de saúde mental que seus pares do sexo feminino.

ASSUNTO(S)

adoção psiquiatria infantil criança adolescente

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