Prevalência da infecção pelo papilomavírus humano e rastreamento do câncer em mulheres ribeirinhas da Amazônia brasileira

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. Bras. Ginecol. Obstet.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2017-07

RESUMO

Resumo Objetivo O objetivo deste estudo foi avaliar a prevalência global e tipo-específica da infecção pelo papilomavírus humano (HPV) entre mulheres que vivem em comunidades ribeirinhas do estado do Pará, Amazônia oriental, Brasil. Estas comunidades são habitadas por pessoas de baixa renda, e são acessíveis somente por meio de pequenos barcos. A citologia cervical e os fatores de risco para a infecção por HPV também foram avaliados. Métodos Amostras cervicais de 353 mulheres de comunidades selecionadas foram coletadas para a análise citológica e para a detecção do HPV. A prevalência global e tipoespecífica dos HPV-16 e HPV-18, principais tipos oncogênicos no mundo, foram avaliadas por meio de reação em cadeia de polimerase (PCR) convencional e PCR em tempo real. Os fatores de risco para a infecção por HPV foram avaliados a partir de questionários epidemiológicos. Resultados A idade média das participantes foi de 37 anos (desvio padrão [DP] ± 13,7). A maioria era casada ou tinha um parceiro sexual fixo (79%) e baixo nível de escolaridade (80%) e de renda familiar mensal (< U$ 250; 53%). A prevalência global do HPV foi de 16,4% (n = 58), com 8 casos de HPV-16 (2,3%) e 5 casos de HPV-18 (1,4%). Aproximadamente 70% das mulheres entrevistadas nunca tinha realizado o exame preventivo de Papanicolau. Os resultados citológicos anormais foram encontrados em 27,5% (n = 97) das amostras, com taxas mais altas da infecção por HPV de acordo com a severidade das lesões (p = 0,026). Conclusões As infecções por HPV-16 e HPV-18 não foram predominantes em nosso estudo, apesar da alta prevalência global da infecção por HPV. No entanto, o potencial oncogênico desses tipos e a baixa cobertura do exame de Papanicolau entre mulheres de comunidades ribeirinhas demonstram um risco potencial para o desenvolvimento de lesões cervicais e sua progressão para o câncer de colo do útero, uma vez que o acesso a essas comunidades é difícil e, na maioria dos casos, estas mulheres não têm acesso aos serviços de atenção primária e de saúde pública.

ASSUNTO(S)

papilomavírus humano 16 papilomavírus humano 18 epidemiologia rastreamento de câncer do colo do útero doenças sexualmente transmissíveis

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