Prevalence of epilepsy in children and adolescents from a brazilian area of high deprivation / Estudo da prevalência de epilepsia em crianças e adolescentes da comunidade de Paraisópolis

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

OBJETIVO: Determinar em crianças e adolescentes de zero até 16 anos de idade, de uma população específica e de baixa renda, a prevalência da epilepsia, a etiologia da epilepsia mais comum, a prevalência de crise febril, crise única, crise sintomática aguda e crises neonatais. MÉTODOS: Foram entrevistadas 4 947 famílias, abrangendo uma população total de 22 013 habitantes, dos quais 10 405 eram crianças e adolescentes com menos de 16 anos de idade residentes na Favela de Paraisópolis, no período de julho de 2005 a junho de 2006. Na primeira fase, foi aplicado um questionário validado para identificar todas as pessoas de até 16 anos de idade com crises epilépticas. Na segunda fase, as pessoas identificadas como positivas foram atendidas em consulta médica para a realização da história clínica, considerando-se a idade da primeira crise epiléptica, os tipos de crise epiléptica e sua frequência, antecedentes pessoais e familiares de crise febril, epilepsia e outras patologias neurológicas, uso de drogas antiepilépticas, atual ou pregresso; realização do exame físico, exame neurológico, eletroencefalograma e neuroimagem. Os sujeitos eram classificados como pertencentes ao grupo com epilepsia ou de outros diagnósticos: crise febril, crise única, crise provocada ou falso positivo, de acordo com os critérios propostos pela International League Against Epilepsy. RESULTADOS: Na primeira fase, 353 sujeitos foram triados como positivos e atendidos na segunda fase. Cento e um sujeitos (33,8%) receberam o diagnóstico de epilepsia. A prevalência bruta de crianças e adolescentes até 16 anos com epilepsia foi de 9,7/1000. A prevalência de epilepsia ativa foi de 8,7/1000. As crises focais foram o tipo mais frequente (61,4%), e fatores perinatais a etiologia mais comum (20,8%). A prevalência bruta de crise febril foi de 13,9/1000, crise única de 3,3/1000, crise provocada de 0,8/1000 e crise neonatal de 0,7/1000. CONCLUSÕES: A prevalência encontrada foi similar à observada em outros países em via de desenvolvimento e em estudos prévios realizados em nosso país. A epilepsia sintomática focal foi a etiologia mais frequente, refletindo as condições socioeconômicas dessa população específica e reforçando a necessidade de investimento dos profissionais de saúde nos aspectos preventivos relacionados à atenção da saúde materna no período gestacional e perinatal.

ASSUNTO(S)

epidemiology childhood prevalência latin america brasil criança epilepsia brazil epilepsy prevalence epidemiologia

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