Pressão laboral, saúde e condições de trabalho dos professores da Educação Básica no Brasil

AUTOR(ES)
FONTE

Cad. Saúde Pública

DATA DE PUBLICAÇÃO

23/05/2019

RESUMO

Morbidades em geral e licenças médicas são prevalentes no grupo dos professores da Educação Básica, cuja missão é essencial para a formação dos cidadãos. O objetivo foi produzir informações sobre as características demográficas, características da escola e da rede de ensino, e situação de saúde do grupo que percebeu pressão laboral. A amostra probabilística foi calculada por seleção aleatória simples, de maneira a representar o universo de 2.229.269 professores da Educação Básica no Brasil. O questionário multitemático foi respondido ao telefone. A pergunta que deu origem à variável desfecho, “Você tem dificuldade para faltar ao trabalho mesmo quando está com dor ou outro problema de saúde?”, foi testada e validada. A resposta viabilizou operacionalizar empiricamente o conceito de pressão laboral. Utilizou-se o teste do qui-quadrado de Pearson e o método de árvore de decisão na análise multivariada. O ajuste do modelo final foi avaliado por meio da estimativa de risco de classificação incorreta. As subdivisões da árvore indicam o apoio social como o primeiro determinante da pressão laboral, 55% relataram que têm dificuldade para faltar ao trabalho, mesmo quando estão com dor ou qualquer outro problema de saúde, 70% do grupo que avaliou sua saúde como ruim e muito ruim se sentiram pressionados para comparecer ao trabalho quando doentes ou com dor. Os fatores associados foram: fraco apoio social, ambiente agitado em função da indisciplina dos alunos e problema de saúde considerado como doença ocupacional. Diante das metas de valorização dos professores da Educação Básica, diferenciais de gênero e estilos de gestão, além da infraestrutura nas escolas, devem ser considerados.Diseases in general and work absenteeism due to illness are prevalent among schoolteachers in Basic Education, whose mission is essential for preparing future citizens. This study study aimed to produce information on demographics, characteristics of the schools and school systems, and health status of the group of teachers that felt pressured to work even when sick. The probabilistic sample was calculated by simple random selection in order to represent the total universe of 2,229,269 Brazilian schoolteachers working in Basic Education (preschool-12). Teachers answered a multi-thematic questionnaire by telephone. The question leading to the outcome variable, “Do you experience difficulty missing work even when you’re feeling pain or have some other health problem?”, was tested and validated. The answer allowed empirically operationalizing the concept of pressure to work when sick. The multivariate analysis used Pearson’s chi-square test and the decision tree method. The final model’s fit was assessed by estimating the risk of incorrect classification. The tree’s subdivisions pointed to weak social support as the first determinant of pressure to work, 55% reported difficulty missing work when they were feeling pain or having some other health problem, and 70% of the group that rated their health as bad or very bad felt pressured to appear for work even when sick or in pain. The associated factors were: weak social support, an agitated workplace due to unruly students, and health problems that were considered work-related diseases. Given the goals of valuing schoolteachers in Basic Education, attention should be given to gender differences, management styles, and infrastructure in the schools.

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