Presentation and Affect in Freuds Second Topography and Drive Model / Representação e afeto no segundo modelo tópico e pulsional freudiano

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo analisar os conceitos de representação e afeto frente à reformulação ocorrida na metapsicologia freudiana a partir dos anos vinte. É um trabalho de pesquisa teórico-conceitual da psicanálise freudiana, por meio de uma metodologia de análise histórica e epistemológica dos textos de Freud, apoiada em seus comentadores. A metapsicologia freudiana fundamenta-se em uma teoria das pulsões que, por sua vez, é tributária dos princípios de uma teoria da representação que se organiza já no princípio da investigação psicanalítica. A hipótese freudiana de um mecanismo de defesa que separa a representação ideativa da energia que o investe é um marco conceitual importante na circunscrição da Psicanálise como campo de saber independente. Essa concepção de uma intensidade afetiva que pode se deslocar e condensar em diferentes tramas associativas de traços de memória do aparelho psíquico torna-se mais complexa na medida em que Freud avança na elaboração de seus conceitos. Esse percurso se consolida na teoria pulsional apresentada nos chamados artigos de metapsicologia, em 1915. As pulsões buscam a descarga segundo o princípio da constância, tendo como destino a inervação somática ou o investimento em seus representantes psíquicos: as representações e os afetos. Dentre as representações, Freud irá discriminar componentes imagético-conceituais, as representações de coisa, e componentes semântico-lingüísticos, as representações de palavra, que juntos formariam a representação de objeto. Já dentre os afetos, Freud irá dar atenção especial à angústia, entendida como expressão de uma intensidade psíquica livre que ocasiona desprazer. As alterações exigidas pela introdução dos conceitos de narcisismo e de identificação, além do reconhecimento da compulsão à repetição como algo além do princípio do prazer levaram a uma remodelação da teoria das pulsões, a uma nova descrição tópica e a uma reformulação na teoria da angústia, culminando em um novo arcabouço para a metapsicologia freudiana. O caráter irrepresentável da pulsão de morte, as identificações como modelos constituintes do aparelho psíquico e o sinal de angústia como repetição do desamparo original implicam uma reconsideração do modelo representacional anterior. Desse modo, delineia-se o seguinte problema teórico como objeto de pesquisa: a limitação da concepção freudiana de representação psíquica frente à trama conceitual centrada na constituição do aparelho psíquico pelas identificações e pela ligação da pulsão de morte. A hipótese de trabalho é que a teoria representacional encontra limites em duas direções distintas: a identificação e a impossibilidade de representação como, respectivamente, um além e um aquém da metapsicologia freudiana. Essas duas linhas de desenvolvimento da metapsicologia abertas a partir da virada dos anos vinte circunscrevem um campo de hipóteses, conceitos e proposições que não encontrará uma sistematização definitiva na obra de Freud. Contudo, os fios dessa trama serão os pontos de partida para uma série de concepções metapsicológicas posteriores. Nesse sentido, a problemática assim circunscrita é de interesse fundamental não apenas para os estudos teórico-conceituais e históricos do pensamento freudiano, mas, também, para a fundamentação epistemológica dos desdobramentos teóricos da psicanálise pós-freudiana.

ASSUNTO(S)

representação mental freud sigmund (1856-1939) identificação (psicanálise) metapsychology psicanálise mental representation psychoanalysis freud sigmund (1856-1939) metapsicologia identification (psychoanalysis)

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