Presence of continuing currents in negative flashes / Estudo da ocorrência de corrente contínua em relâmpagos nuvem-solo negativos

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

26/08/2011

RESUMO

No presente trabalho estudamos a presença de corrente contínua em raios negativos. O banco de dados utilizado nesse estudo é o maior de que se tem conhecimento até o momento. As técnicas de observação utilizadas - campo elétrico e vídeos de alta resolução temporal - ampliaram a capacidade de análise da corrente contínua presente em raios. Para este estudo foram selecionados 971 raios ocorridos entre os anos de 2003 e 2011. Analisamos a ocorrência de: corrente contínua, sua duração, sua relação com o intervalo de tempo desde a descarga de retorno anterior, o pico de corrente da descarga de retorno que a contém, a multiplicidade do raio, a influência dos novos canais, a ordem das descargas em que ela ocorre e a eficiência da detecção destas pela rede brasileira de detecção de raios (BrasilDAT). Este trabalho apresenta ainda uma metodologia para o cálculo da carga elétrica transferida ao longo de uma corrente contínua através de um sensor de campo elétrico lento, e de um programa desenvolvido para a correção da forma de onda obtida através dele. Esta metodologia foi aplicada a dez casos selecionados de corrente contínua longa. A análise dos resultados permitiu entender melhor algumas das condições que favorecem a ocorrência das correntes contínuas: intervalo anterior entre descargas de retorno com duração menor, pico de corrente estimado da descarga que possuem intensidade menor e sua maior incidência em descargas que ocorrem no mesmo canal. Observou-se que uma corrente contínua longa, frequentemente, encerra o raio. Quando o raio não é encerrado, novas descargas ocorrem no mesmo canal, indicando que a corrente contínua longa pode ser um fator importante no estabelecimento de um canal condutor da nuvem ao solo. Raios contendo corrente contínua de intensidade média menor costumam possuir maior multiplicidade. Já os raios que possuem maiores intensidades de corrente contínua são menos múltiplos, pois esta costuma encerrar o raio. Observou-se que descargas com corrente de longa duração são menos detectadas por sistemas de localização de relâmpagos do que os casos com curta duração ou em que não houve o desenvolvimento de corrente contínua.

ASSUNTO(S)

relâmpagos raios descargas elétricas corrente contínua lightning continuing current flashes

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