Presbiacusia: será que temos uma terceira orelha?

AUTOR(ES)
FONTE

Braz. j. otorhinolaryngol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2016-12

RESUMO

Resumo Introdução: As alterações auditivas relacionadas com a idade são a causa mais frequente de perda auditiva neurossensorial em adultos. Não há estudos na literatura sobre a importância da leitura orofacial em indivíduos com presbiacusia e, considerando as particularidades de cada língua, que abordem esse tema em falantes de português de Portugal. Objetivo: Avaliar se a inteligibilidade das palavras na presbiacusia é melhorada pela leitura orofacial, de tal forma que olhar para o rosto do interlocutor enquanto ele está falando funcione como uma "terceira orelha". Determinar a relevância estatística da melhora na inteligibilidade pela leitura orofacial. Método: Ao todo, 11 indivíduos (22 orelhas) com perda auditiva neurossensorial bilateral e simétrica compatível com presbiacusia, idades entre 57 e 82 anos (média de 70 ± 11,51 anos e mediana de 69,5 anos) foram avaliados. Um perfil médico e audiológico completo de cada paciente foi realizado, e todos foram submetidos a um audiograma vocal, sem e com a visualização do rosto do fonoaudiólogo. Uma análise estatística descritiva e analítica foi realizada (teste de Shapiro-Wilk e teste t pareado), adotando o nível de significância de 0,05 (5%). Resultados: Verificámos melhor desempenho na inteligibilidade com a leitura orofacial. O valor p foi zero (p < 0,05), pelo que rejeitámos a hipótese nula, indicando que houve diferença estatisticamente significativa com a leitura orofacial. A mesma conclusão foi obtida por análise dos intervalos de confiança. Conclusões: Os indivíduos com presbiacusia tiveram melhor desempenho na inteligibilidade das palavras faladas quando a audição foi associada à visualização do rosto do interlocutor. Essa parceria auxilia de tal maneira que parece funcionar como uma "terceira orelha".

ASSUNTO(S)

presbiacusia perda auditiva neurossensorial leitura labial

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