Precisão de equações de composição corporal em crianças na idade de 10 a 14 anos por meio de absortometria radiológica de dupla energia

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

Apesar de a pesagem hidrostática produzir valores de densidade corporal muito precisos, somente sujeitos com boa adaptação ao meio líquido podem ser submetidos aos seus procedimentos, o que limita sua utilização com diferentes populações. Em função disto, vários pesquisadores tem adotado um novo método de referência, a absortometria radiológica de dupla energia (DXA), o qual fraciona o corpo em três componentes (minerais, gordura e tecido magro) e não apresenta as dificuldades da pesagem hidrostática. Na literatura mundial poucos trabalhos tem se utilizado do método DXA na análise da composição corporal em crianças. No Brasil até o presente momento não se tem conhecimento de trabalho semelhante com crianças utilizando este método de referência. Portanto este trabalho tem como objetivo avaliar a precisão e aplicabilidade das equações de composição corporal para crianças utilizando o DXA como método de referência. Participaram deste estudo, 29 meninos entre 10 e 14 anos (média 11,58 ± 1,11) e 31 meninas, na faixa etária entre 10 e 14 anos (média 12,45 ± 1,23). Para análise de precisão das equações de composição corporal foram determinados os seguintes cálculos: média e desvio padrão, coeficiente de correlação linear de Pearson (r), teste t pareado, erro constante (EC), erro total (ET) e erro padrão de estimativa (EPE). Cada equação de dobras cutâneas (DC) e bioimpedância (BIA) foram avaliadas usando o critério de validação cruzada desenvolvido por Lohman (1992). Três equações específicas foram propostas para cada sexo: a) a de Slaughter et al. (1988) (triceps + panturrilha), que avalia o percentual de gordura, utilizando o método de DC, b) e as de Houtkooper et al. (1992) e Jenkis et al. (1999), que avaliam a massa livre de gordura, utilizando o método de BIA. A equação de Slaughter et al. (1988) obteve uma correlação de r = 0,97 com EPE = 2,20% G para meninos, enquanto para as meninas a correlação foi de r = 0,92 e um EPE = 2,73% G. As equações de bioimpedância para meninos variaram de = 0,97 a 0,98 e um EPE = 1,97 kg e 2,08 kg, enquanto para as meninas r = 0,94 a 0,95 com EPE = 1,68 kg a 1,77 kg. A equação de Slaughter et al. (1988) para meninos superestimou em 2,6% G de forma significativa (p < 0,01) o percentual de gordura medido pelo DXA nesta amostra, enquanto a equação para meninas estimou de forma precisa o percentual de gordura medido pelo DXA. Tanto a equação de BIA para meninos quanto para meninas de Houtkooper et al. (1992) estimou de forma precisa a massa livre de gordura medida pelo DXA. De forma semelhante a equação de Jenkis et al. (1999) estimou de forma precisa a massa livre de gordura medida pelo DXA, para ambos os sexos. Os resultados deste estudo sugerem que as equações para DC de Slaughter et al. (1988) sejam utilizadas somente para o sexo feminino. Para as equações de bioimpedância, elas podem ser utilizadas para ambos os sexos, porem a equação de Jenkis et al. (1999) seja a mais recomendada.

ASSUNTO(S)

composição corporal

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