Precauções de Contato: Conhecimento e comportamento dos profissionais de um centro de terapia intensiva em um hospital geral de Belo Horizonte

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

A ocorrência da infecção hospitalar é favorecida pela disseminação de microrganismos, constituindo essa uma das questões de grande preocupação nas instituições hospitalares em todo o mundo. Nesse sentido, as medidas de controle de infecção devem ser adotadas com rigor pelos profissionais de saúde. Este estudo teve como objetivo geral avaliar o conhecimento e o comportamento dos profissionais de um Centro de Terapia Intensiva no que se refere às precauções de contato para controle da IH. Trata-se de um estudo epidemiológico, tipo transversal e de abordagem quantitativa. Foram incluídos, no estudo, todos os funcionários da equipe assistencial de um CTI médico cirúrgico. Os critérios para a inclusão dos participantes foram: estar lotado no CTI; exercer, ativamente, a função assistencial no período da coleta de dados e consentir em participar do estudo. Os dados foram coletados em agosto de 2007 por meio de entrevista. Foi utilizado um instrumento composto de questões fechadas e abertas. Para tratamento dos dados, foi utilizada estatística descritiva com distribuição de freqüência. O conhecimento e comportamento foram tratados como variáveis dicotômicas: adequado e inadequado. Comparações entre grupos, de acordo com o conhecimento e comportamento, foram conduzidas, utilizando-se o teste qui-quadrado de Pearson e teste exato de Fisher, quando aplicável. A associação entre conhecimento, comportamento e as demais variáveis foi realizada através da análise multivariada, utilizando-se árvore de classificação por meio do algoritmo CHAID, tendo os resultados validados pela regressão logística. Participaram do estudo 102 profissionais distribuídos nas categorias técnico de enfermagem (54,9%), enfermeiro (12,7%), médico preceptor (10,8%), fisioterapeuta aprimorando (8,8%), fisioterapeuta preceptor (7,8%) e médico residente (4,9%). Os profissionais foram predominantemente do sexo feminino (73,5%). A idade variou entre 22 a 57 anos, com mediana 31,5, com predomínio de profissionais na faixa etária de 22 a 27 anos (27,5%). Em relação ao tempo de formação, houve uma maior percentagem de profissionais com tempo de formação entre cinco a onze anos (30,7%). Quanto à atuação profissional, a maioria (51%) tinha até três anos de experiência no hospital e no CTI (56,9%). De acordo com as respostas do questionário, os resultados mostraram que apenas 36,3% dos entrevistados apresentaram conhecimento adequado em relação às medidas de controle de IH. Nas análises multivariadas, nenhuma variável esteve associada ao conhecimento. Por outro lado, associada ao comportamento adequado se manteve a categoria dos profissionais de enfermagem tanto na árvore de classificação como na regressão logística. Os profissionais de enfermagem apresentaram um comportamento mais adequado em relação às medidas de controle de infecção quando comparados com outras categorias profissionais. Não foi encontrada associação estatisticamente significativa entre conhecimento e comportamento (p = 0,196). Os resultados deste estudo apontam para a necessidade de implementação de atividades de orientação capazes de permitir um equilíbrio entre teoria e a prática dos profissionais no tocante às medidas de prevenção de infecção hospitalar, visando a aprimorar o conhecimento e comportamento.

ASSUNTO(S)

controle de infecções decs questionários decs conhecimentos, atitudes e prática em saúde decs humanos decs enfermagem decs unidades de terapia intensiva decs pesquisa qualitativa decs infecção hospitalar/epidemiologia decs infecção hospitalar/prevenção e controle decs

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