Práticas insurgentes e contrapoderes no planejamento urbano: o caso de Pointe-Saint-Charles em Montreal

AUTOR(ES)
FONTE

urbe, Rev. Bras. Gest. Urbana

DATA DE PUBLICAÇÃO

14/02/2019

RESUMO

Resumo Antigo berço da industrialização canadense, Pointe-Saint-Charles é um bairro localizado próximo ao centro da cidade de Montreal, Quebec, em confronto com um acelerado processo de revitalização urbana a partir dos anos 1990. Diante desse processo recente, organizações populares locais têm empreendido diversificadas lutas, como as Operações Populares de Planejamento (OPAs), cuja primeira experiência ocorreu em 2004. Busca-se conhecer em que medida essas práticas são capazes de influenciar o poder decisório que atua sobre a trama territorial local. Desse modo, o objetivo deste artigo é compreender de que modo as OPAs em Pointe-Saint-Charles se constituem em práticas de um planejamento insurgente, nos termos definidos por Miraftab (2009; 2016) e Purcell (2009). A metodologia utilizada envolveu a revisão do conceito de planejamento insurgente, além da coleta de dados primários, como depoimentos, consulta a documentos comunitários e visitas técnicas ao referido bairro montrealês. Conclui-se que as OPAs em Pointe-Saint-Charles se constituem em importantes espaços de contrapoder em relação ao planejamento urbano institucional, capazes de obter ganhos materiais e simbólicos do ponto de vista dos moradores locais. Essas práticas reúnem elementos que apontam para um campo aberto de possibilidades em relação a uma necessária mudança no planejamento urbano contemporâneo.Abstract Former birthplace of Canadian industrialization, Pointe-Saint-Charles is a neighborhood located near the center of Montreal-QC, in confrontation with an accelerated process of urban revitalization since the 1990s. Faced with this recent process, local grassroots organizations have undertaken diverse struggles, such as the Popular Planning Operations - OPA's, first experienced in 2004. This paper seeks to measure how these practices influence the decision-making power that acts over the local territorial frame. Therefore, we aim to understand these practices constitution as an insurgent planning, as defined by Miraftab (2009, 2016) and Purcell (2009). The methodology included the revision of the concept of insurgent planning, as well as the collection of primary data such as testimonies, consultation of community documents and technical visits to the referred Montreal’s neighborhood. As final considerations, we concluded that the OPA’s in Pointe-Saint-Charles constitutes important spaces of counterpower in relation to the institutional urban planning, capable of obtaining material and symbolic gains from the point of view of the local residents. These practices bring together elements that point to an open field of possibilities in relation to a necessary change in contemporary urban planning.

Documentos Relacionados