Práticas gerenciais em unidades de pronto atendimento no contexto de estruturação da rede de atenção à saúde de Belo Horizonte
AUTOR(ES)
Roberta de Freitas Mendes
FONTE
IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
23/03/2012
RESUMO
A inserção das Unidades de Pronto Atendimento (UPA) na rede de atenção à saúde tem se configurado um desafio para o SUS, pois muitas vezes este lócus de atenção à saúde não assegura a resolubilidade, devido à ineficiência de orientações e estratégias para garantir ao individuo atendido a continuidade da assistência em outro nível de atenção à saúde ou nos demais equipamentos sociais da rede. Assim, a integração deste serviço aos demais serviços da rede é fundamental para a continuidade e integralidade do cuidado. Considerando os gerentes de serviços um dos agentes do processo de mudança nestas organizações, este estudo objetivou analisar as práticas desenvolvidas por gerentes de Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) no contexto da estruturação da Rede de Atenção à Saúde. Trata-se de estudo de caso qualitativo realizado com vinte e quatro gerentes de oito UPAs, no município de Belo Horizonte, Brasil. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevista com roteiro semiestruturado, associada à técnica do gibi. Os dados foram coletados no período de fevereiro a maio de 2011. Os resultados indicam a visão dos gerentes das UPAs sobre o contexto de estruturação da rede no município, bem como os aspectos dificultadores para o desenvolvimento desse processo, sendo ressaltados: a grande e diversificada demanda atendida nas UPAs; a busca indiscriminada dos usuários pela UPA; o papel da UPA na atenção primária e terciária à saúde; a descrença frente à inserção deste equipamento e sua real missão na rede, e a relação incipiente entre os serviços de saúde e demais equipamentos sociais. Neste contexto, destacam-se as singularidades da função gerencial em UPAs, sendo identificados avanços nas práticas gerenciais relacionados à gerência integrada em rede, visualizada por meio das relações estabelecidas entre os gerentes de UPAs e os diversos serviços que compõem a rede do município. Para o exercício da gerência, foram identificados como principais desafios: a burocracia do sistema, a dinamicidade e imprevisibilidade do trabalho, as dificuldades para o desenvolvimento do trabalho em equipe e para a informatização da rede e ainda a incipiência de capacitação e incentivos para a função gerencial, aliados às ações gerenciais ainda focadas na gerência tradicional e distantes da gestão do cuidado. Assim, verifica-se a necessidade de desenvolvimento de práticas gerenciais com enfoque na equipe de saúde e no processo de cuidar.
ASSUNTO(S)
ACESSO AO ARTIGO
http://hdl.handle.net/1843/GCPA-8UQGHCDocumentos Relacionados
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