Práticas de prevenção do HIV/Aids e modos de subjetivação

AUTOR(ES)
FONTE

Physis

DATA DE PUBLICAÇÃO

2013-06

RESUMO

Considerando que as políticas públicas de controle e prevenção do HIV/Aids abordam a atividade sexual dos indivíduos a fim de suprimir os comportamentos de risco, infere-se o caráter normativo dessas intervenções, uma vez que questionam as condutas segundo os critérios de saúde, impondo-os como medida da experiência sexual. Pressupõe-se, então, que as estratégias de normatização dos comportamentos sexuais conforme os códigos preventivos envolvem um processo de subjetivação. Tal proposição se baseia nas concepções foucaultianas acerca da experiência moral, que ele distingue em três aspectos: a norma, as ações e a relação de si consigo. O comportamento sexual se tornou objeto das práticas de prevenção do HIV/Aids baseado em um campo de conhecimento médico que problematiza a saúde a partir da relação do organismo com o meio, englobando, assim, os aspectos biopsicossociais. Portanto, é pelo caráter de vulnerabilidade relacionado ao comportamento sexual que os indivíduos são tomados como alvo das políticas de saúde. Trata-se, então, de investigar os fatores de risco relacionados à ocorrência da síndrome na população. Dessa forma, é em referência ao estatuto de vulnerabilidade condicionado ao exercício da sexualidade que o sujeito inscreve em sua relação consigo mesmo a norma de saúde, impondo-se o cumprimento da conduta sexual saudável. Por isso, investiga-se, neste trabalho, a prevalência das normas médicas nas atitudes sexuais dos sujeitos, com base nas relações intrínsecas entre a forma como o indivíduo é objetivado pelos saberes médicos e o processo pelo qual o sujeito posiciona suas ações em observância aos códigos de saúde.

ASSUNTO(S)

práticas de prevenção do hiv/aids normas modos de subjetivação michel foucault

Documentos Relacionados