Praticas de aleitamento materno em crianças menores de um ano em municipios de Minas Gerais

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

02/03/2011

RESUMO

Objetivo: Analisar a prevalência das categorias de aleitamento materno em crianças menores de um ano e estudar a associação de fatores sociodemográficos/culturais, assistenciais e de indicadores sociais com a prática de aleitamento materno em municípios de Minas Gerais. Métodos: Estudo transversal baseado nos dados de 15 municípios de Minas Gerais participantes da "II Pesquisa de Prevalência de Aleitamento Materno nas Capitais Brasileiras e Distrito Federal". Nesta adotou-se um questionário composto por questões fechadas, abordando características assistenciais, socioeconômicas, culturais, demográficas e consumo alimentar das crianças menores de l ano nas 24 horas que antecederam a entrevista. Realizou se análise descritiva, sendo calculadas as prevalências de aleitamento materno na 1** hora de vida; aleitamento materno exclusivo e aleitamento materno predominante em menores de seis meses; aleitamento materno e aleitamento materno complementado em menores de um ano; além da descrição da alimentação no primeiro dia em casa (após a alta da maternidade) de crianças menores de quatro meses. Aplicou-se o teste qui-quadrado de Pearson para estimar a diferença entre as prevalências dos indicadores na capital e demais municípios participantes. Realizouse a análise da associação entre as categorias de aleitamento materno e aleitamento materno exclusivo com os grupos de variáveis (praticas relacionadas ao aleitamento, condições de nascimento e assistenciais, relacionadas à criança e ex mãe e indicadores sociais). Foi realizada analise multivariada hierarquizada por regressão de Poisson (modelo linear generalizado) com variância robusta, para estimação pontual e intervalar da razão de prevalência. O modelo inicial foi composto pelas variáveis explicativas que apresentaram p<0,20 na análise uni variada considerando como variável resposta a prática de AM para os menores de 1 ano e de AME para os menores de 6 meses. Adotouse 5% como nível de significância. Todas as análises foram realizadas no programa SPSS 18.0. Resultados: Foram incluídas na análise 7056 crianças, sendo 70% amamentadas na 13 hora de vida e 72,7% em aleitamento materno. Nas crianças menores de seis meses (n=3660), observ0use que 39,7% recebiam leite materno exclusivo e 16,4% de aleitamento materno predominante. Cerca de 56% das crianças maiores de seis meses estavam em aleitamento materno complementado. Não foram encontradas diferenças com significância estatística entre os padrões de aleitamento entre a capital do estado e os demais municípios. Foi identificado que as crianças que usavam chupeta (RP=1,92; 1C95%=l,752,12) e usavam mamadeira (RP=l4,28; IC95%=ll,l20,0), cujas mães trabalhavam fora de casa (RP=l,20; 1C95%:1,1l1,29), as nascidas de parto cesáreo (RP:1,1l; lC95%:1,02l,20) e as que faziam acompanhamento de puericultura em serviços de saúde de natureza privada (RP:1,09; lC95%:1,0l1,l9) apresentaram maior chance de não estarem em aleitamento materno do que as demais. Em relação ao AME em menores de seis meses, as crianças que usavam mamadeira (RP=3,03; 1C95%=2,853,33), as que não nasceram em maternidade credenciada na iniciativa Hospital Amigo da Criança (RP:1,1l; lC95%:1,04l,17), cujas mães eram primíparas (RP=1,05; lC95%=1,0l1,l1), aquelas cujas mães trabalhavam fora de casa (RP=1,l6; 1C95%=1,091,2l), que tinham menos de 8 anos de estudo (RP=l,11; lC95%=1,051,l6) e as que nasceram em municípios com 10 ou mais óbitos infantis por mil nascidos vivos (RP=l,l2; 1C95%=1,03-1,21) apresentaram maior chance de não estarem em aleitamento materno exclusivo do que as demais. Conclusão: A prática do aleitamento materno nos 15 municípios do estado avaliados na amostra ainda está aquém das recomendações da Organização Mundial de Saúde indicando a necessidade de investimento em ações de promoção do aleitamento materno, sobretudo nas condições vulneráveis identificadas no âmbito materno (trabalho fora de casa, parto cesáreo, primiparidade e baixa escolaridade) ou ambiental (uso de mamadeira e chupeta, acompanhamento de puericultura em serviços de natureza privada, materniidades não credenciadas na lniciativa Hospital Amigo da Criança e municípios com Taxa de Mortalidade Infantil maior ou igual a 10).

ASSUNTO(S)

pediatria. pediatria teses. aleitamento materno decs criança decs prevalência decs análise socioeconômica decs análise demográfica decs características culturais decs indicadores sociais decs estudos transversais decs nutrição do lactente decs desmame decs assistência à saúde decs saúde da criança decs dissertações acadêmicas decs dissertação da faculdade de medicina da ufmg.

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