Pragmática de uma língua menor na formação em psicologia : um diário coletivo e políticas juvenis

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Este estudo aborda a formação em psicologia em contexto de intervenção num projeto de extensão acadêmica. O contexto de pesquisa envolve experiências com um programa de trabalho educativo que atende jovens que cumprem medidas socioeducativa e/ou protetiva e equipes que operam essa política pública, conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente. Esta demanda da comunidade, enunciada na universidade através da extensão acadêmica, diz de uma produção social contemporânea brasileira que força um encontro entre a vida destes jovens e os modos de formar-praticar psicologia neste contexto. A problematização do processo de formação em psicologia nessas práticas é construída com os conceitos de experimentação, enunciação coletiva e subjetivação, no diálogo com Gilles Deleuze, Félix Guattari e Michel Foucault. Ao criar um regime de visibilidade "do não saber o que fazer" que acompanha a formação e a produção de conhecimento, como paradoxo que inventa outros modos de formar-praticar psicologia, se dá também a interlocução com Jacques Rancière e sua obra "O mestre ignorante". Com a indagação filosófica e sob a orientação da pesquisa-intervenção, foi utilizada uma ferramenta metodológica construída na experiência do grupo de trabalho da psicologia (professora, bolsistas e estagiários) nessas atividades de extensão, com o uso de uma modalidade de escrita em ambiente à distância, através de listas de discussão. A relevância deste processo vincula-se diretamente a uma proposta pedagógica e metodológica própria ao contexto e objetivo do uso deste tipo de ferramenta numa experiência de formação em ensino superior orientada pelo Laboratório de Linguagem, Interação e Cognição (LELIC) da Faculdade de Educação da UFRGS. Esse modo de escrever, denominado de diário coletivo, tem como pragmática a enunciação coletiva de matérias de expressão que emergem no agenciamento de uma psicologia que inventa sua prática na relação com as micropolíticas juvenis. Com essa matéria de expressão foram produzidas cartografias de práticas institucionais e práticas de si de uma formação em psicologia orientada pelo princípio ético-estético-político. Ao cartografar o "não saber o que fazer" no processo de formar psicólogos encontra-se a potencia de um paradoxo que força o pensamento e inventa uma psicologia que forma e se forma na composição de cartografias de um língua menor da psicologia. Assim, é construído um diálogo com formulações teórico-metodológicas da psicologia brasileira que afirmam possibilidades de intervenção nas zonas de interferência da esquizo-análise.

ASSUNTO(S)

psicólogo health psychology formação diary collective ensino superior experimentation psicólogos : formação profissional pragmatics medidas educacionais extensão universitária

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