Potencial dispersão de sementes por Didelphis albiventris (Marsupialia, Didelphidae) em ambiente altamente perturbado

AUTOR(ES)
FONTE

Biota Neotropica

DATA DE PUBLICAÇÃO

2010-06

RESUMO

Florestas urbanas são geralmente isoladas e altamente degradadas; contudo são importantes abrigos para espécies de animais tolerantes. Os hábitos alimentares destes animais explicitam os diferentes papéis ecológicos que eles desempenham no hábitat. Nós analisamos a contribuição de Didelphis albiventris Lund (1840) como dispersor de sementes para a regeneração da vegetação de um fragmento florestal urbano. Para isso, descrevemos sua dieta frugívora e testamos a viabilidade das sementes por ele ingeridas. Tanto machos quanto fêmeas de gambá-de-orelha-branca incluiram uma grande variedade de itens alimentares na dieta, principalmente invertebrados e frutos. Frutos foram consumidos durante todo o ano e a sazonalidade não foi observada. A maioria das sementes defecadas era proveniente de plantas pioneiras, comuns em ambientes perturbados, o que concorda com seu hábito oportunista. A viabilidade das sementes ingeridas, verificada mediante modelos de regressão logística linear aplicada a dados de testes de germinação, foi diferente das sementes obtidas de frutos maduros e variou entre espécies, talvez devido a características intrínsecas da planta. Enquanto uma espécie generalista, D. albiventris é capaz de habitar ambientes perturbados, e dispersar as sementes de plantas de estágio inicial de sucessão, onde a vegetação necessita ser restaurada. É essencial que este processo não dependa exclusivamente de frugívoros especialistas, que na maioria das vezes estão ausentes nos fragmentos florestais urbanos. Consequentemente, a presença de espécies generalistas de ambientes secundários tem sua importância enfatizada.

ASSUNTO(S)

didelphimorphia dispersão de sementes germinação restauração florestal remanescente florestal didelphis albiventris

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