Potencial Antinocipcetivo Mecânico E Efeitos Sobre A Hiperalgesia Pós-Incisional Do Tramadol Em Equinos / Mechanical antinociceptive potential and effects in the post incisonal iperalgesia of tramadol in horses

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

25/03/2011

RESUMO

O tramadol é um fármaco analgésico com ação em receptores opioides e não opioides, que atua promovendo ativação central dos mecanismos inibitórios da dor. Na última década, houve significativo avanço em pesquisas relacionadas ao seu emprego em equinos. Há indícios de que o fármaco possua efeito analgésico considerável nessa espécie por mecanismos ainda não completamente esclarecidos. Diante disso, os objetivos deste trabalho foram: avaliar os efeitos clínicos e o potencial antinociceptivo mecânico de três diferentes doses de tramadol, administradas por via intravenosa em equinos e os efeitos da administração preemptiva do tramadol sobre as variáveis clínicas e hiperalgesia mecânica pós-incisional. No primeiro estudo sete equinos adultos foram tratados com 1mg/kg, 2mg/kg ou 3mg/kg de cloridrato de tramadol, via intravenosa em três ocasiões distintas. Os parâmetros avaliados foram frequência cardíaca (FC), frequência respiratória ( f ), temperatura retal (TR), pressões arteriais sistólica (PAS), diastólica (PAD) e média (PAM), intensidade de sedação verificado pela medida de altura da cabeça (AC), motilidade intestinal (MI), alterações comportamentais e o limiar nociceptivo mecânico (LNM), empregando-se estímulo mecânico na coroa do casco, com analgesímetro digital de von Frey. Os animais tratados com 3mg/kg apresentaram aumento significativo na frequência respiratória, além de alterações comportamentais mais acentuadas em comparação aos demais tratamentos. Em relação à pressão arterial, houve aumento significativo no grupo tratado com 1mg/kg. Houve redução transitória nos escores de avaliação da MI, principalmente nos animais tratados com 2mg/kg. O tramadol, nas doses administradas, não apresentou potencial antinociceptivo capaz de desencadear mudanças no LNM em equinos. Diante dos resultados, conclui-se que as alterações clínicas observadas nas diferentes doses foram consideradas discretas e transitórias, especialmente na dose de 2mg/kg. No modelo de avaliação adotado, o tramadol não apresentou potencial antinociceptivo mecânico em nenhuma das doses avaliadas. No segundo estudo, dez equinos foram distribuídos em dois grupos, sendo o GT tratado com 2mg/kg de cloridrato de tramadol em solução a 1% e o GS tratado com solução salina, via intravenosa. Avaliaram-se FC, f, PAS, PAD, PAM, traçado eletrocardiográfico, TR, MI e LNM, empregando modelo incisional e analgesímetro digital de von Frey. Neste estudo, os animais do GT apresentaram aumento transitório na PAM e PAD, durante a primeira hora. Quanto ao LNM, o grupo GT apresentou redução no tempo de permanência de hiperalgesia primária quando comparado ao GS. Entretanto, a administração prévia não foi capaz de inibir seu desencadeamento. Ao comparar as médias globais do lado incisado entre o GS e o GT, não houve alteração significativa na força empregada em nenhum momento avaliado. Diante dos resultados, conclui-se que alterações clínicas observadas na dose de 2 mg/kg de tramadol foram consideradas transitórias e sem relevância clínica e que, no modelo de avaliação empregado, o tramadol não foi capaz de impedir o desencadeamento tanto de hiperalgesia primária quanto secundária.

ASSUNTO(S)

analgesia antinocicepção hiperalgesia limiar nociceptivo mecânico opioide patologia clinica animal analgesia antinociception hiperalgesia mechanical nociceptive threshold opioid

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