Por que é tão difícil pertencer? As dificuldades dos refugiados em seus processos de inserção no mercado de trabalho e na sociedade brasileira

AUTOR(ES)
FONTE

Cad. EBAPE.BR

DATA DE PUBLICAÇÃO

2021-06

RESUMO

Resumo O mundo tem assistido a um fenômeno social presente na história da humanidade desde seus primórdios, mas atualmente com proporções e impactos ainda desconhecidos: os grandes deslocamentos populacionais, envolvendo pessoas que passam a ser classificadas como refugiados. De acordo com a ONU, mais de 75 milhões de pessoas se encontravam nesta situação em todo o mundo no final de 2017, uma quantidade jamais vista anteriormente (UNHCR, 2017). Desde 1951, mais de 147 países, dentre eles o Brasil, assinam o Estatuto dos Refugiados da Convenção das Nações Unidas que estabelece obrigações aos governos signatários para que ofereçam aos refugiados condição de trabalho legal e seguro. Desta forma, este estudo tem por objetivo investigar a percepção dos refugiados de diferentes origens sobre os processos e as dificuldades de inserção na sociedade brasileira e em seu mercado de trabalho. Os processos em foco tratam de temas como as barreiras burocráticas, as diferenças culturais, as questões étnico-raciais e o desconhecimento do idioma, entre outros Para a condução da pesquisa, optamos pela metodologia qualitativa, por meio de entrevistas em profundidade, realizadas no Rio de Janeiro, com refugiados de diferentes nacionalidades, de ambos os gêneros. Entre os principais resultados, nota-se a existência de uma distância entre as políticas públicas e as práticas que envolvem os refugiados no meio laboral; além da discriminação sentida pelos entrevistados por parte da população, empregadores e autoridades, o que apontou um contexto multicultural e não intercultural. Apesar dos desafios os entrevistados dizem pretender continuar vivendo e trabalhando no Brasil.

Documentos Relacionados