Políticas Educacionais e Formação Docente: o ensino de arte nos currículos dos Cursos de Pedagogia da Paraíba
AUTOR(ES)
Janedalva Pontes Gondim
DATA DE PUBLICAÇÃO
2009
RESUMO
Este estudo aborda a temática das políticas de formação docente e o ensino de Arte nos currículos dos Cursos de Pedagogia da Paraíba, entendendo o currículo como política cultural e, portanto, definido a partir de práticas discursivas. A investigação objetivou analisar as contradições sociais, políticas e ideológicas presentes nos documentos institucionais sobre as políticas de formação de professores e o ensino de Arte nos currículos dos Cursos de Pedagogia. Para tanto, analisamos, de forma qualitativa, as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia de 2006, os Projetos Político-pedagógicos desses Cursos, nas universidades públicas da Paraíba (Universidade Federal da Paraíba Campus João Pessoa, Universidade Federal de Campina Grande Campus Campina Grande, Universidade Estadual da Paraíba Campus Campina Grande), e as ementas das disciplinas relacionadas ao ensino de Arte desses projetos. Os documentos foram submetidos à análise crítica do discurso, concebendo a língua como um produto socioideológico (BAKHTIN, 1997). O termo discurso foi empregado para significar a linguagem como uma prática social (FAIRCLOUGH, 2001), entendendo-o como uma prática não apenas de representação, mas de significação do mundo, constituindo e construindo um campo de significações. Entre os principais resultados encontrados, pode-se destacar, nas políticas de formação docente, a predominância da perspectiva da racionalidade técnica na construção da identidade do pedagogo, compreendida como um construto político. Nos textos das políticas, percebe-se, ainda, a ressignificação da teoria do capital humano, na interpretação dos aspectos estéticos e criativos do sujeito, na qual a educação é vista de maneira pragmática, e a Arte concebida como uma habilidade pertencente a alguns sujeitos bem dotados, tornando-se objeto de investimento, com o objetivo de ser utilizada no mercado de trabalho. Ao analisar o lugar do ensino de Arte nas políticas de formação docente, foram identificadas algumas concepções que permeiam esse ensino nos currículos dos Cursos de Pedagogia, tais como: a influência do escolanovismo, o resgate do corpus teórico e as contribuições contemporâneas. Essas concepções epistemológicas distintas demonstram o processo histórico das transformações que o ensino de Arte vem sofrendo, como também revela que não é só incluindo Arte no currículo que a mágica de favorecer o enriquecimento cultural acontece. Além de reservar um lugar para a Arte no currículo, é também necessário se preocupar em saber como a Arte é concebida e ensinada. A partir desses resultados, constata-se que, primeiro, a educação na sociedade capitalista é ideológica, mediando as relações sociais e culturais. Segundo, sobre o ensino de Arte, referendamos que seria ideal a presença de professores dessa disciplina na escolarização inicial. Porém, essa realidade, de maneira geral, não ocorre nas escolas de educação infantil e de ensino fundamental do nosso país. Investir no ensino de Arte, na formação do professor-pedagogo, seria uma forma de preencher a grande lacuna existente que, historicamente, vem comprometendo o desenvolvimento da dimensão estética e artística dos estudantes, como proclamado pelos defensores de um ensino de Arte consistente.
ASSUNTO(S)
educacao politique sur la formation des enseignants currículo e ensino de arte políticas de formação docente
ACESSO AO ARTIGO
http://bdtd.biblioteca.ufpb.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=608Documentos Relacionados
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