Políticas de inovação educacional: subjetivação e modo de ser docente na escola plural

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

23/02/2011

RESUMO

Essa tese tem por objeto de estudo os efeitos positivos e negativos dos processos de subjetivação constituintes do modo de ser docente nos movimentos de inovação educacional implantados como política, no Brasil, a partir da década de 1990. Para a realização da investigação foi escolhida a Escola Plural, política de inovação educacional implementada em Belo Horizonte, a partir de 1994, sendo que nosso estudo fixou-se entre a emersão da política e o ano de 2000, considerado nessa pesquisa como o período de implantação da mesma. Para efeito deste estudo, inovação educacional é entendida como um movimento implementado em escolas ou sistemas educacionais com o propósito de criar novas formas de organizar e implementar currículos e práticas educativas. Esses movimentos intentam ultrapassar as perspectivas reformistas tradicionais na educação, uma vez que seu propósito é produzir alternativas para sustentar práticas inovadoras, no interior das escolas, alterando a organização de tempos e espaços nas práticas curriculares, implicando em novas relações intersubjetivas nas salas de aula e nos espaços institucionais. O docente é o agente principal da política de inovação educacional e os professores devem incorporar seus princípios e ter a responsabilidade pela sua efetivação prática. A hipótese principal é que as dificuldades de entendimento da proposta, a atribuição de novos sentidos no processo de contextualização escolar da política produziriam a transformação discursiva da mesma, e, em decorrência, certa pulverização dos discursos inscritos no texto da política. A abordagem metodológica caracterizou-se pelo estudo do caso do Programa Escola Plural. Para a efetivação da análise praticamos movimentos investigativos articulados. A partir da abordagem de estudo de políticas educacionais construída por Ball (1992, 1994) e denominada de ciclo continuo da política educacional, analisamos os contextos de influência e de texto da política Escola Plural, para visibilizar os discursos de produção da política e seus possíveis efeitos sobre os docentes. A partir da produção escrita para a orientação da efetivação da política e no diálogo com a literatura da área e da produção sobre a Escola Plural, discutimos os processos de subjetivação docente, na implementação da política e suas possíveis consequências sobre a efetivação da mesma. A conclusão do trabalho ressalta a importância que adquirem os processos de subjetivação em que os docentes são inseridos, na Escola Plural, caso tipo de política de inovação educacional, e que resultam em dificuldades de se efetivar a política tal como foi concebida. Fica evidente que, para a implementação da política, é necessária a constituição de um modo de ser docente, que resulta em práticas específicas. Ressalta, ainda, que os processos de contextualização com a adesão e resistência dos profissionais das escolas são determinantes para a efetividade ou não das políticas de inovação educacional e tem consequências sobre o modo de ser docente.

ASSUNTO(S)

educação teses. educação políticas públicas teses. educação e estado aspectos sociais teses. inovações educacionais teses. sociologia educacional teses. planejamento educacional teses.

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