Política editorial de traduções: John Dewey na Coleção Cultura, Sociedade e Educação, dirigida por Anísio Teixeira

AUTOR(ES)
FONTE

Educ. Pesqui.

DATA DE PUBLICAÇÃO

18/06/2018

RESUMO

Resumo Analisa-se, neste artigo, o regime de tradução de dois títulos de John Dewey – Liberdade, liberalismo e educação e Experiência e educação – instaurado pela Coleção Cultura, Sociedade e Educação, dirigida por Anísio Teixeira e editada pela Companhia Editora Nacional (CEN) entre 1968 e 1971. Esta análise parte da perspectiva de que as traduções podem expressar práticas de intercâmbio cultural e circulação de ideias entre diferentes culturas, mas também estão marcadas pelos processos que as transformam em textos adaptados a públicos leitores específicos, ao serem editados e materializados em papel e tinta por políticas editoriais específicas que instauram regimes de tradutibilidade dos textos. Toma como fonte das traduções de Dewey a materialidade dos livros da coleção, seu aparelho crítico e a documentação interna da editora. Conclui-se que os textos de Dewey foram reunidos, traduzidos e editados por Anísio Teixeira na Coleção Cultura, Sociedade e Educação como um programa em favor da democracia em tempos difíceis – os da ditadura civil-militar no Brasil e na América Latina – para um público comum. As traduções de Dewey conformam-se, sob a égide da coleção, como antídoto à violência, à palavra roubada, à supressão e à opressão da liberdade, expressões que deveriam compor toda e qualquer cultura comum ou geral de países democráticos.

ASSUNTO(S)

regime de tradução john dewey coleção cultura, sociedade e educação materialidade do impresso

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