Polimorfismo CAG do gene do receptor de androgênios e risco de câncer de próstata : análise de uma amostra da população brasileira

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Introdução: O câncer de próstata (CaP) é uma neoplasia muito freqüente entre os homens em todo o mundo. No Brasil, o estado do Rio Grande do Sul possui uma alta incidência desta neoplasia. A idade, história familiar, diferenças étnicas, exposição aos androgênios e fatores relacionados à dieta constituem-se em fatores de risco para o CaP. O câncer de próstata hereditário está ligado a genes de alta concordância entre os familiares afetados, porém de baixa freqüência na população. A busca por genes que influenciam a carcinogênese prostática e que estejam presentes com maior freqüência na população poderá ajudar na identificação de pacientes com maior chance de desenvolver a neoplasia. Os polimorfismos são variações alélicas de um mesmo gene, resultando em diferenças significativas na expressão de proteínas em diferentes indivíduos. O gene do receptor de androgênios (RA) possui variantes polimórficas localizadas no exon 1. O número de repetições CAG nesta região está inversamente associada a atividade transcricional do receptor de androgênios e com um maior risco de CaP. Objetivos: Verificar a associação entre o número de repetições do polimorfismo CAG do gene do receptor de androgênios e o risco de CaP em uma amostra da população brasileira. Pacientes e métodos: Foram avaliados 50 pacientes com câncer de próstata e 77 controles. Foi realizada a extração do DNA por sangue periférico e a região do gene do RA foi amplificada por reação em cadeia da polimerase (PCR). O produto da PCR foi analisado no seqüenciador ABI3100 Avant e a seqüência do polimorfismo analisada pelo software Genemapper. A análise estatística foi feita através do teste t para amostras independentes, teste de qui-quadrado e análise de regressão linear múltipla. Para variáveis sem distribuição normal foi utilizado o teste U de Wilcoxon-Mann-Whitney. Resultados: A média de repetições CAG foi de 21,58±3,32 nos pacientes e 22,19±3,09 no grupo controle (p=0,28). Variáveis clínicas e anátomo-patológicas também não se correlacionaram com o polimorfismo. A testosterona sérica diferiu significativamente entre os grupos (p<0,001). Conclusão: Estes resultados sugerem que não há correlação entre o número de repetições CAG e o risco de CaP na amostra estudada. Outros fatores, tais como idade de diagnóstico e estadiamento do tumor também não estiveram associados com o polimorfismo no presente estudo. A variação da testosterona sérica precisa ser melhor avaliada em estudos específicos.

ASSUNTO(S)

polimorfismo genético androgênios neoplasias da próstata

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