POLICIES OF YOURSELF: for autonomy as a function in times of biopower. / POLÍTICAS DO SI MESMO : por uma autonomia enquanto função em tempos de biopoder.

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

A presente dissertação, numa aposta política pelo que pode esquivar-se das artimanhas do Biopoder atual, esforça-se por pensar a temática da autonomia, tão presente nos discursos das ciências humanas e da psicologia. Para tanto, num primeiro momento, objetiva formular, a partir das obras de Michel Foucault, o funcionamento normativo da tecnologia biopolítica de poder e como ela se articula com jogos de verdade pautados nos ideais do sujeito racional e soberano da modernidade capaz de autodeterminar-se. Neste caso, a possibilidade de autonomia é entendida como assegurada pela possibilidade de liberação das impurezas do meio ambiente e social que circunda cada ser humano. A partir daí, problematizamos também os modos como o sujeito se relaciona de si para consigo, ou seja, como, a partir de uma série de práticas historicamente situadas, o sujeito é capaz de pensar a si mesmo. Questão esta que nos fornece pistas para um entendimento desse objeto o si mesmo como produzido em meio ao tecido da história e não mais como uma natureza essencializada pertencente ao indivíduo soberano. E, por fim, em um terceiro momento, nos parece que atualmente, uma outra autonomia vincular-se-ia diretamente não à soberania desse sujeito, mas sim à potência da vida de ultrapassar qualquer normatização e funcionar como um plano que se desdobra em redes de conexões coletivas. Rede esta auto-referente, que se regenera continuamente, por suas interações e transformações. Dessa feita, tratar-se-á de pensar a noção de autonomia como uma função coletiva vinculada, por excelência, a invenção de processos de singularização não referentes a uma interioridade individualizada, natural e intimista, mas sim à produção de coletivos, estes não identificados com o social, mas sim como um plano de co-engendramento heterogêneo tanto do indivíduo como da sociedade. Tal aposta nesse estatuto do individual e do coletivo serve de incentivo à reflexão política e à luta pelo realce de paisagens-problemáticas que ganham nitidez quando o que está em pauta é fundamentalmente nossa relação com o presente e o nosso compromisso em torná-lo menos insuportável e mais promissor.

ASSUNTO(S)

psicologia social collective autonomia psicologia social biopoder autonomy social psychology bio-power coletivo

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