Pode haver uma ciência psicanalítica sem uma metapsicologia especulativa?

AUTOR(ES)
FONTE

Sci. stud.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2013

RESUMO

Neste artigo pretendo explicitar dois sentidos básicos dados ao termo "metapsicologia" na história da psicanálise: como teoria sobre o desenvolvimento psicoafetivo do ser humano, que considera as determinações inconscientes, e como um conjunto de conceitos auxiliares, que servem como uma superestrutura especulativa teórica da psicanálise. Depois, procurarei mostrar porque é possível afirmar que Winnicott tanto rejeitou como refundou a teoria metapsicológica psicanalítica. Com tal tipo de análise, pode-se esclarecer em que sentido Winnicott usa conceitos abstratos (tais como "necessidade de ser", "tendência inata à integração", "elemento feminino puro", "solidão essencial", dentre outros), mas não conceitos especulativos, uma vez que os primeiros podem ter referentes adequados na realidade fenomênica e os segundos não. Esse tipo de distinção também torna possível recolocar a questão do lugar e da necessidade da teorização metapsicológica no desenvolvimento da psicanálise, colocando, como possibilidade, a construção de uma teoria psicanalítica como sendo uma ciência que não necessita de construções auxiliares especulativas tal como Freud propôs.

ASSUNTO(S)

psicanálise ciência metapsicologia especulação descrição

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