Pobreza e sociabilidade: vivendo por um fio

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2001

RESUMO

O Objetivo do presente trabalho é apreender de que forma, ancoradas em determinado lugar social, as famílias dos trabalhadores pobres urbanos elaboram suas estratégias de vida, definem prioridades, projetos individuais e familiares, e atribuem significados à sua existência e ao mundo, tomando como referência empírica moradores do bairro de Mandacaru, na cidade de João Pessoa, Paraíba. Através da leitura de estudiosos clássicos e contemporâneos que buscou-se uma definição para a pobreza nos dias atuais. O referencial teórico escolhido está fundamentado nas reflexões de Amartya Sen, para quem a pobreza não deve ser analisada apenas do ponto de vista da renda, mas sob a ótica da privação de liberdades substantivas para levar o tipo de vida que a pessoa tem razão para valorizar. Nessa perspectiva, a pobreza deve ser vista como privação de capacidades básicas. Para o tratamento do objeto centrado no estudo da sobrevivência das famílias pobres pesquisadas, foi preciso recorrer a outros conceitos, que explicassem a pobreza como, o da sociabilidade (vínculos e rupturas sociais). Os resultados empíricos comprovaram a importância dos vínculos (família, parentes, vizinhos, instituições religiosas, associações de bairro) no meio social dos entrevistados, para o enfrentamento das situações de precariedade, através de relações de solidariedade e dádiva. Conforme se conclui, isso ocorre, sobretudo, no contexto de igualdades de situação e de forma contingente, sem, no entanto, resultar numa melhoria de condições de vida, mas de, tão-somente, resistir juntos à pobreza

ASSUNTO(S)

rupturas famílias pobres servico social vínculos sociais

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