Pluriatividade, pobreza rural e politicas publicas
AUTOR(ES)
Carlos Alves do Nascimento
DATA DE PUBLICAÇÃO
2005
RESUMO
A presente tese teve como questão central a discussão acerca de qual seja a perspectiva de futuro da pluriatividade no seio da agricultura familiar no Brasil. Por esta razão, privilegiou-se a análise sobre as duas macrorregiões do país (Nordeste e Sul) que concentram quase 80% do total da agricultura familiar nacional. O estudo das especificidades da pluriatividade em si mesma não foi o ponto central da tese, senão qual será seu futuro no Brasil, particularmente nas duas regiões em foco. A conclusão mais geral consiste em que a pluriatividade, no Brasil, só tem perspectivas de crescimento em áreas rurais de regiões pobres como o Nordeste. E, pior, nessas áreas a pluriatividade cresce, mas sem contribuir para que os produtores familiares sejam alçados para cima da linha de pobreza estipulada (renda per capita familiar média de 1h salário mínimo). Na região Nordeste, portanto, a pluriatividade cresce combinando proletarização com pobreza. Na região Sul, por seu lado, a pluriatividade apresenta uma tendência (sentido estatístico) de declínio, juntamente com o conjunto da agricultura familiar da região. Defende-se que nessa região a pluriatividade só apresentará uma trajetória de crescimento se houver políticas públicas que a promovam, e que essa promoção passa não somente pelo fomento de oportunidades ocupacionais não-agrícolas nos entornos rurais, mas, sobretudo, pelo incentivo ao não abandono das atividades agrícolas "tradicionais" por parte dos inúmeros pequenos produtores familiares que se vêem alijados do processo acelerado de modernização das atividades agrícolas. A tese mostra que na região Sul os pequenos produtores familiares agrícolas e pluriativos estão se tomando, paulatinamente, em famílias não agrícolas. Ou seja, nessa região a pluriatividade não tem evitado o processo de proletarização completa de parcelas crescentes de pequenos produtores familiares. Esse processo fica mais patente à medida que o mercado, e não o Estado, confirma-se como a instituição privilegiada para organizar o setor agrícola.
ASSUNTO(S)
pluriatividade agricola politicas publicas agricultura familiar pobreza rural
ACESSO AO ARTIGO
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000359254Documentos Relacionados
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