Pitiose em ovinos no Paraná, Sul do Brasil
AUTOR(ES)
Bernardo, Fábio D., Conhizak, Cleverson, Ambrosini, Francielli, Jesus, Francielli P.K. de, Santurio, Janio M., Kommers, Glaucia D., Elias, Fabiana, Franciscato, Carina
FONTE
Pesq. Vet. Bras.
DATA DE PUBLICAÇÃO
2015-06
RESUMO
Resumo Este trabalho tem como objetivo descrever um caso de pitiose confirmado por ELISA (Enzime-Linked Immunosorbent Assay) indireto e imuno-histoquímica em uma ovelha do sudoeste do Paraná, Brasil, bem como suas lesões macro e microscópicas, a fim de compreender a sua patogenicidade. Trata-se de um ovino, fêmea, de 4 anos de idade, de um rebanho de 30 animais, da raça Santa Inês, criados em sistema semiextensivo, com acesso à um açude. O animal vinha apresentando aumento de volume na região do focinho, associado a emagrecimento progressivo. No exame físico apresentou-se caquético, com aumento de volume bilateral na região nasal, e com uma secreção serosanguinolenta de odor fétido fluindo das narinas, além de possuir os linfonodos submandibulares e retrofaríngeos bilateralmente infartados. Foi realizada coleta de sangue por punção da veia jugular para realização do hemograma e obtenção do soro para posterior realização de exame sorológico. Sendo que todos os parâmetros hematológicos analisados estavam dentro dos valores normais para a espécie. Após a realização do exame clínico e da coleta de sangue, o animal foi eutanasiado e procedeu-se a necropsia. Através do Teste de ELISA indireto, a amostra apresentou resultado positivo para pitiose. Na ocasião da necropsia pode-se verificar uma área necrosada de aproximadamente 3,5 cm de diâmetro no palato duro, a qual se estendeu até o assoalho da cavidade nasal formando uma fístula. Os linfonodos submandibulares e retrofaríngeos estavam aumentados de volume e ao corte edematosos. Os achados microscópicos dos linfonodos submandibulares e retrofaríngeos consistiram de quantidade moderada de eosinófilos, principalmente nos seios subcapsulares caracterizando uma linfadenite eosinofílica (reativa). Na cavidade nasal e oral, observou-se, respectivamente, rinite e estomatite necro-eosinofílica e granulomatosa multifocal acentuada associada a hifas intralesionais. As hifas encontradas no palato e na cavidade nasal foram Grocott-positivas e positivas pela técnica de imuno-histoquímica para Pythium insidiosum, esta última técnica também foi considerada confirmatória para o diagnóstico do agente. Este relato possui impacto epidemiológico por ser o primeiro caso de pitiose sorologicamente confirmado na espécie ovina na região Sul do Brasil e também, serve de alerta para a população, principalmente do meio rural, visto a possibilidade de infecção com o agente quando em contato com áreas alagadiças.
ASSUNTO(S)
elisa histopatologia imuno-histoquímica ovino pythium insidiosum
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