Piranga, arquitetura religiosa e obras de restauração em Bacalhau: preservação e ação comunitária

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

A preservação do patrimônio histórico de Minas Gerais é marcada pela falta de recursos econômicos quando se trata de bens considerados de menor valor cultural frente aos mais significativos monumentos, sejam eles: as pequenas edificações religiosas; a arquitetura vernacular urbana ou rural; e os centros históricos de municípios de pequeno ou médio porte. As restaurações da Igreja de Santo Antônio e do Santuário do Senhor Bom Jesus do Matozinhos, bens tombados localizados no distrito de Santo Antônio do Pirapetinga, município de Piranga, foram possíveis graças às parcerias firmadas entre o IEPHA/MG, o Ministério Público, a Prefeitura e a Comunidade local. Nos pequenos distritos detentores de importância histórica, arquitetônica e artística procura-se, além das obras de restauração, a manutenção das tradições enraizadas no espaço geográfico e social, que permanece sem muitas transformações através dos séculos, num tempo de longa duração. Preservar a memória é, portanto, respeitar os hábitos da população e manter os ritos de um cotidiano que trouxe até nossos dias toda a riqueza deste patrimônio. A Recomendação n° R (95) 9 que adota o conceito de paisagem cultural para a preservação do patrimônio histórico e do meio ambiente integrado às ações sociais é a proposição mais adequada para a revitalização desses sítios históricos. A restauração dos bens imóveis e as intervenções nos centros históricos são processos intrínsecos onde atuam as determinantes culturais locais e, ao mesmo tempo, todas as forças mais amplas do mercado econômico tendo em vista que a produção do espaço arquitetônico e do urbano é referenciada pela produção social como um todo. As revitalizações de caráter global com objetivos turísticos e econômicos externos podem provocar mudanças e reverter o processo social e econômico dos lugares e transformá-los ou destruí-los com a expulsão e substituição da população original (gentrificação) e a consequente perda do patrimônio imaterial e da vivência das tradições locais. Os fatores para a preservação dos bens culturais são, portanto, as parcerias técnicas e econômicas, a manutenção da memória coletiva e o poder de decisão compartilhado entre os diversos sujeitos dessa história, com a participação efetiva da própria Comunidade: a melhor guardiã de seu patrimônio.

ASSUNTO(S)

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