Pigmentos obtidos de Chromobacteriun violaceum e Serratia marcescens, propriedade tripanocida da prodigiosina e estudos toxicologicos
AUTOR(ES)
Patricia da Silva Melo
DATA DE PUBLICAÇÃO
1996
RESUMO
Chromobacterium violaceum é um microrganismo de larga distribuição podendo ser encontrado no solo, água e no Rio Negro (Amazônia). Esta bactéria Gram negativa produz um pigmento denominado violaceína, que apresenta alguma atividade tripanocida. Como a violaceína é produzida em pequena quantidade o propósito inicial desse estudo foi investigar cepas diferentes provenientes do Rio Negro que produzissem a violaceína em um maior rendimento. Um sedimento coletado do Rio Negro foi inoculado em caldo simples, 30°C/24 h e posteriormente inoculado através de estrias em ágar nutriente. Somente três tipos de colônias - branca, amarela e vermelha cresceram (todas bactérias Gram negativas). Após dois dias de incubação a colônia branca adquiriu tonalidade violeta indicando a produção de violaceína. Análises espectrais, UV/Vis, IV (Infra Vermelho) e RMN (Ressonância Magnética Nuclear), confirmaram a presença da violaceína. Para determinar as características de C. violaceum e sua variante não pigmentada, testes laboratoriais foram realizados. A coloração pelo Gram, motilidade e estudos bioquímicos e de crescimento indicaram que as colônias branca/violeta e amarela eram C. violaceum. A colônia vermelha era Serratia marcescens (Chromobacterium prodigiosum) a qual produz o pigmento com ação antibiótica chamado prodigiosina. Os dados espectrais (UV/Vis, IV e RMN) reforçam essa conclusão. O pequeno número de bactérias isoladas na amostra confirma a alta atividade antibiótica dos pigmentos produzidos pela C. violaceum (violaceína) e S. marcescens (prodigiosina) na água do Rio Negro. A quimioterapia da doença de Chagas permanece um problema sem solução, e a pesquisa para drogas alternativas está em andamento. A terapia atual dessa doença é insatisfatória e somente o Nifurtimox está em uso, com diversas restrições na administração em pacientes crônicos, devido aos seus efeitos colaterais. Desse modo é de importância fundamental a pesquisa de novas drogas com mecanismos de ação diferentes do Nifurtimox com o objetivo de evitar esses problemas. A violaceína e a prodigiosina extraída da C. violaceum e da S. marcescens, respectivamente apresentam atividade tripanocida, a primeira possui um ID50. de 46 mM e a segunda, menos que 100 mM. A avaliação da titotoxicidade foi realizada através da inibição da síntese de DNA, redução do MTT e captação do Vermelho Neutro (VN), utilizada em células de hamster chinês V-79 (M8). No teste de viabilidade através da redução do MTT o ID50 foi de 6 mM para a prodigiosina, 7mM para a violaceína e 500 mM para o Nifurtimox, no teste do VN o ID50 para a prodigiosina foi de 1,0 mM, 12 mM para a violaceína e 250 mM para o Nifurtimox. A prodigiosina resultou em um valor de ID50 de 20 mM, o Nifurtimox de 100 mM e a violaceína de 5 mM obtidos através da inibição da síntese de DNA
ASSUNTO(S)
tripanossomose serratia marcescens chromobacteriun violaceum
ACESSO AO ARTIGO
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000101846Documentos Relacionados
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