Phytochemistry prospection and evaluation of mutagenic, genotoxic and antioxidant activities from brazilian fig species - Ficus subg. Pharmacosycea (Miq.) Miq. / Prospecção fitoquímica e avaliação das ações mutagênica, genotóxica e antioxidante de figueiras brasileiras - Ficus subg. Pharmacosycea (Miq.) Miq.

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

16/02/2012

RESUMO

O gênero Ficus, representado por plantas popularmente conhecidas no Brasil como figueiras, constitui um dos maiores gêneros de angiospermas com mais de 800 espécies distribuídas nas regiões tropicais e subtropicais de todo o mundo. Existe grande interesse na pesquisa de produtos florestais não-madereiros de espécies do gênero Ficus, principalmente pelo fato de existirem vários relatos do uso tradicional dessas plantas como alimentos e medicamentos. Dada importância de se investigar a composição química e os efeitos toxicológicos de espécies vegetais utilizadas na medicina popular, o presente estudo visou a prospecção fitoquímica de extratos de folhas de quatro espécies de Ficus, bem como quantificação de polifenóis totais pelo método de Folin-Ciocalteau, e avaliação da ação antioxidante utilizando o sistema β caroteno/ácido linoleico e método de captura do radical livre DPPH. Para três desses extratos foram avaliadas as atividades mutagênica pelo ensaio de mutação gênica reversa com Salmonella typhimurium, com e sem metabolização; e genotóxica pelo teste de clivagem plasmidial com o plasmídeo pUC18. A prospecção fitoquímica revelou metabólitos secundários das classes de taninos e flavonóides nos extratos das espécies de F. pulchella, F. adhatodifolia, F. nevesiae e F. obtusiuscula. Os extratos de F. pulchella e F. obtusiuscula apresentaram maiores teores de polifenóis totais (117 e 127,26 mg EAT/g, respectivamente) e também maiores potenciais antioxidantes avaliados pelos dois métodos utilizados neste estudo. No ensaio de mutação gênica reversa com Salmonella typhimurium, o extrato de F. pulchella foi considerado mutagênico para as linhagens TA98 (S9+ e S9-), TA100 (S9-) e TA102 (S9+). Os extratos de F. adhatodifolia e F. obtusiuscula foram considerados mutagênicos positivos apenas para a linhagem TA102 (S9+). Esses dois últimos extratos também apresentaram potencial genotóxico na dose de 1 mg, indicado pela diminuição da conformação superhelicoidal do DNA plasmidial. O efeito genotóxico do extrato de F. pulchella não pode ser avaliado devido ao não surgimento de bandas de DNA no gel de agarose, atribuída à degradação do DNA plasmidial por polifenóis. Os resultados obtidos neste estudo indicam a presença de altos teores de compostos fenólicos nas quatro espécies de Ficus avaliadas, indicando possível atribuição de ação antioxidante a esses compostos presentes nos extratos hidrofílicos, sendo observada pelo método do -caroteno/ácido linoléico correlação entre o teor de polifenóis e atividade antioxidante. A detecção de ação mutagênica para as espécies F. pulchella, F. adhatodifolia e F. obtusiuscula e de efeito genotóxico para estas duas últimas dentro das doses avaliadas remete ao uso mais cauteloso dessas espécies na medicina popular, já que eles atuam diretamente sobre o DNA. Contudo, mais estudos devem ser realizados com estas espécies de Ficus para atestar sua potencial toxicidade.

ASSUNTO(S)

mutagenicidade genotoxidade etnofarmacologia bioquimica mutagenicity genotoxicity ethnopharmacology

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