Physiological, morphological and structural evaluation of temperate forages under different light regimes / Avaliação fisiológica, morfológica e estrutural de forrageiras de clima temperado sob diferentes regimes de luminosidade

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

Com o objetivo de avaliar a capacidade produtiva e a tolerância de forrageiras sob diferentes condições de luminosidade, características de adaptação fisiológica, morfológica e estrutural de folhas e plantas individuais foram analisadas em resposta a diferentes níveis e padrões de irradiância. Para esse estudo foram utilizadas três espécies forrageiras, sendo duas gramíneas, o Azevém perene (Lolium perenne cv. Grasslands Nui) e o Dátilo (Dactylis glomerata cv. Grasslands Vision), e uma leguminosa, o Trevo vermelho (Trifolium pratense cv. Pawera). O Dátilo foi utilizado por se tratar de uma espécie tida como tolerante ao sombreamento, e o Trevo vermelho por ser uma espécie fixadora de nitrogênio. As forrageiras foram submetidas a diferentes níveis (0, 25, 50 e 75%) e padrões (contínuo e alternado) de sombreamento artificial, em três períodos de crescimento (estabelecimento, primeira e segunda rebrotações), na Nova Zelândia. O estudo foi conduzido sob delineamento em blocos completos casualizados, com três repetições, entre janeiro e outubro de 2004. Entre as adaptações de natureza fisiológica, foi avaliada a concentração de nitrogênio nas folhas e nos colmos. A concentração de nitrogênio nas folhas foi expressa tanto em termos de massa (Nm) quanto de área foliar (Na). Embora o aumento nos níveis de sombreamento tenha resultado em aumento significativo (P<0,05) na Nm em todas forrageiras, o aumento no Trevo vermelho foi menor do que nas gramíneas. Apenas as gramíneas apresentaram aumento na Na com o aumento nos níveis de sombreamento. O maior aumento na Nm do que na área foliar especifica no Azevém perene (131% vs. 79%) e no Dátilo (75% vs. 48%) fez com que essas espécies apresentassem um mecanismo de adaptação oposto ao observado no Trevo vermelho (7% vs. 22%). A adaptação morfológica das forrageiras ao sombreamento dependeu da escala de medida e da espécie utilizada, assim como do regime de luminosidade avaliado. As únicas variáveis morfológicas que apresentaram efeito significativo do padrão de sombreamento foram os comprimentos do pseudocolmo do Azevém perene e do pecíolo do Trevo vermelho. No entanto, a variação observada foi pequena e inconsistente entre as espécies. A área foliar específica, por ser um dos componentes da Na , representou a adaptação morfológica com caráter funcional de resposta mais imediata e duradoura, enquanto a área foliar representou uma adaptação mais tardia e de maior demanda fisiológica. Entre as espécies, o Azevém perene e o Trevo vermelho tiveram maior aumento na área foliar entre 25 e 50% de sombreamento. Embora a área foliar do Dátilo não tenha variado significativamente com os níveis de sombreamento, o comprimento das lâminas foliares das gramíneas foi maior sob sombreamento. Essa diferença pode ter sido uma das razões para o Dátilo desenvolver um mecanismo de partição de carbono mais favorável à interceptação de luz em comparação com as outras espécies. O Dátilo sob 75% de sombreamento interceptou praticamente a mesma radiação incidente que o Trevo vermelho e o Azevém perene a 25 e 50% de sombreamento, respectivamente. A análise estrutural das forrageiras indicou que esse mecanismo implicou em uma menor redução na população de perfilhos e a ausência de variações significativas na proporção de colmos na massa de forragem colhida do Dátilo. Essas adaptações de natureza estrutural foram fundamentais para a melhor tolerância do Dátilo ao sombreamento e a sua boa capacidade produtiva. Em termos gerais, a redução na produção de forragem foi aproximadamente proporcional aos níveis de sombreamento. A exceção foi na segunda rebrotação do Azevém perene, onde a maior produção de forragem ocorreu com 25% de sombreamento. Os resultados encontrados demonstram que pode ter havido uma interação significativa entre a disponibilidade de luz e nitrogênio no solo na segunda rebrotação do Azevém perene, fazendo com que a maior exportação de nitrogênio na massa colhida do tratamento sem sombreamento fosse mais limitante a produção do que a disponibilidade de luz. A redução linear na produção de forragem do Trevo vermelho na mesma rebrotação comprovou o efeito da luz na ausência de interações significativas com a disponibilidade de nitrogênio. O Dátilo foi a espécie de melhor desempenho sob sombreamento. No entanto, a produção relativa do Azevém perene e Trevo vermelho foi muito semelhante nos níveis de sombreamento avaliados.

ASSUNTO(S)

ecophysiology forage crops ecofisiologia pastagens pastagem e forragicultura radiação solar solar radiation

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