Photosynthetic plasticity and acclimation in tropical tree species / Plasticidade e aclimatação fotossintética de espécies arbóreas tropicais

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

Com objetivo de estudar a correlação entre o grau de plasticidade/aclimatação fotossintética e o estádio sucessional de espécies arbóreas tropicais, avaliaram-se (i) as alterações fisiológicas e anatômicas em plantas jovens de oito espécies arbóreas cultivadas sob condições naturais de sub-bosque e de clareira e (ii) os efeitos do incremento de radiação solar, decorrente da abertura simulada de clareiras, sobre as características fisiológicas das plantas cultivadas no sub-bosque. Para tanto, analisaram-se o curso diário das trocas gasosas e da fluorescência da clorofila a, bem como o efeito dos distintos regimes de luz sobre os parâmetros fotossintéticos e fotoquímicos, teores de pigmentos cloroplastídicos e características anatômicas quantitativas. O estudo foi realizado na Estação de Pesquisa, Treinamento e Educação Ambiental Mata do Paraíso (EPTEA Mata Paraíso) e as espécies estudadas foram: Centrolobium tomentosum, Genipa americana, Nectandra rigida, Ocotea odorifera, Platymiscium pubescens, Siparuna guianensis, Sorocea bonplandii e Spondias dulcis. De modo geral, a maioria dessas espécies foi capaz de se ajustar ao regime de luz em que ficaram expostas, com reduções na capacidade máxima fotossintética (Amax), na irradiância de saturação (IS), na taxa aparente de transporte de elétrons (ETR), no coeficiente de extinção não fotoquímica (NPQ), nas relações de clorofila a/b e de carotenóides/clorofila total e na espessura do limbo e do parênquima paliçádico em paralelo à redução na densidade luminosa. A extensão dessas alterações variou de espécie para espécie, sendo menos pronunciada nas comumente encontradas no sub-bosque. Na clareira, representantes dessas espécies também exibiram, antes do amanhecer e no decorrer do período luminoso, valores do rendimento quântico potencial (Fv/Fm) abaixo de 0,8 e, nos horários de pico de irradiância, os menores valores de rendimento quântico efetivo (ΔF/Fm) e ETR, indicando a ocorrência de fotoinibição crônica e menor desempenho fotoquímico sob condições de maior densidade luminosa. O estudo do efeito da abertura simulada de clareira sobre as características fisiológicas das plantas do sub-bosque mostrou que as taxas fotossintéticas foram severamente reduzidas em resposta ao súbito incremento da densidade luminosa. Tal redução foi acompanhada por substancial queda na razão Fv/Fm que, por sua vez, deveu-se em grande parte a um irreversível incremento em F0, indicando a ocorrência de danos oxidativos ao complexo coletor de luz e ao centro de reação do fotossistema II. Observou-se que com a exposição prolongada à alta irradiância, a duração e a magnitude da fotoinibição variaram substancialmente entre as espécies e, em alguns casos, as plantas permaneceram cronicamente fotoinibidas. Porém, na maioria dos casos, as plantas fotoinibidas recuperaram as taxas iniciais de assimilação e, ou, exibiram significativos aumentos na Amax acompanhados de maiores IS e ETR. Os maiores aumentos em Amax foram observados em S. dulcis, seguida em ordem decrescente por G. americana, N. rigida, S. guianensis, P. pubescens, C. tomentosum, S. bonplandii e O. odorifera. Esses resultados demonstaram existir correlação entre o grau de aclimatação fotossintética e o ambiente de ocorrência natural das espécies, o qual tende ser maior naquelas encontradas em clareiras ou ambientes abertos, em relação às típicas de sub-bosque.

ASSUNTO(S)

fotoinibição fotossíntese anatomia quantitativa fluorescence tropical trees photosynthesis Árvores tropicais fluorescência fisiologia vegetal photoinhibition quantitative anatomy

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