pHmetria esofágica e influência da metoclopramida e da ranitidina na prevenção dos episódios de refluxo gastroesofágico em cães anestesiados, submetidos a ovariosalpingohisterectomia eletiva / Esophageal pHmetry and influence of metoclopramide and ranitidine on the prevention of gastroesophageal reflux episodes in anesthetized dogs submitted to elective ovariosalpingohisterectomy

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

05/03/2010

RESUMO

A tese foi desenvolvida em dois subprojetos, sendo o primeiro intitulado pHmetria esofágica ambulatorial em cães hígidos com e sem a influência de anestésicos gerais, e o segundo, Influência da metoclopramida e da ranitidina na prevenção de episódios de refluxo gastroesofágico em cães anestesiados. O primeiro subprojeto teve como objetivo determinar o valor do pH esofágico em cães adultos hígidos submetidos a anestesia geral e não anestesiados (conscientes), avaliar o valor do pH esofágico nos cães conscientes em diferentes posições corporais, bem como pesquisar a ocorrência de episódios de refluxo gastroesofágico nessas posições. Para isso foram utilizados 40 cães hígidos, de ambos os sexos, e com peso corporal médio de 14,248,1 kg. Em 10 cães conscientes, a pHmetria esofágica foi realizada com o cateter sendo introduzido por via transnasal. Nestes animais, o valor do pH foi registrado a cada minuto por oito horas. Durante esse período foi permitida a livre movimentação do animal, e as mudanças de posicionamento corporal (decúbito lateral, esternal e posição quadrupedal) foram devidamente registradas. A pHmetria também foi realizada em 30 cadelas anestesiadas com acepromazina, propofol e isofluorano e submetidas a ovariosalpingohisterectomia eletiva. Nestes animais, as variações do pH esofágico foram registradas durante todo o procedimento anestésico mediante a passagem do cateter pela orofaringe. Esofagoscopia foi realizada após procedimento cirúrgico, para investigar a presença de conteúdo refluído e assegurar o correto posicionamento do cateter. O segundo subprojeto teve como objetivo avaliar o efeito da metoclopramida e da ranitidina na prevenção dos episódios de refluxo gastroesofágico durante procedimentos anestésicos. Neste caso foram utilizadas 90 cadelas hígidas, com média de idade de 2.92.29 anos, submetidas a ovariosalpingohisterectomia eletiva. Os animais foram aleatoriamente divididos em três grupos de 30 animais, e receberam infusão de solução fisiológica (grupo controle), bólus (1 mg/kg) e infusão contínua de metoclopramida (1 mg/kg/h) (grupo metoclopramida) e bólus de ranitidina (2 g/kg), 6 horas antes da anestesia (grupo ranitidina). Da mesma forma que no primeiro subprojeto, a anestesia foi padronizada com acepromazina, propofol e isofluorano e as variações do pH esofágico foram registradas durante todo o procedimento anestésico, com o cateter inserido pela orofaringe. Esofagoscopia também foi realizada depois da cirurgia. O valor médio do pH esofágico foi menor (p<0,01) nos cães anestesiados (7,30,82) que nos conscientes (8,20,3). Apenas quatro cães anestesiados (13,33%) apresentaram episódios de refluxo e a esofagoscopia identificou todos os refluxos, sendo particularmente importante na constatação do refluxo não ácido. Não foi observado episódio de refluxo nos cães conscientes, não havendo também diferença do pH esofágico entre posicionamentos corporais estudados. Não houve diferença (p>0,05) no número de cães que apresentaram episódios de refluxo gastroesofágico durante a anestesia, entre os grupos testados. Sete cães apresentaram refluxo, sendo quatro no grupo controle, dois no grupo ranitidina e um no grupo metoclopramida. Destes animais, quatro apresentaram refluxo ácido e três apresentaram refluxo não ácido. A esofagoscopia identificou todos os refluxos, sendo particularmente importante na constatação do refluxo não ácido. Anestesia geral em cães, com o protocolo anestésico anteriormente mencionado, ocasiona redução do pH esofágico. A metoclopramida em bólus e infusão contínua, assim como a ranitidina 6 horas antes da anestesia, não apresentam uma importante influência em reduzir a incidência de refluxo gastroesofágico. pHmetria esofágica é eficiente na constatação do refluxo ácido, mas a esofagoscopia, realizada imediatamente após o procedimento cirúrgico, é fundamental para a comprovação do refluxo não ácido. pHmetria esofágica de 8 horas, com passagem do cateter por via transnasal, é de fácil realização, apresentando poucas complicações em cães conscientes. O pH esofágico de cães hígidos, não anestesiados e submetidos a jejum é alcalino e não varia conforme o posicionamento corporal.

ASSUNTO(S)

medicina veterinaria cães refluxo gastroesofágico metoclopramida dogs gastroesophageal reflux metoclopramide

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